Projeções

Ibovespa deve atingir os 150 mil pontos ao fim de 2023, diz Guide Investimentos

Juros menores e lucros crescentes devem manter índice em alta nos próximos meses, mas queda no preço das commodities e aperto monetário nos países desenvolvidos são riscos

- Paulo Whitaker/Reuters
- Paulo Whitaker/Reuters

Em relatório assinado por Fernando Siqueira, Rodrigo Fraga, Gabriel Gracia, a Guide Investimentos passou a estimar que o Ibovespa vai alcançar os 150 mil pontos ao fim de 2023.

Na avaliação da corretora, juros menores e lucros crescentes devem manter índice em alta nos próximos meses, mas uma queda no preço das commodities e o aperto monetário nos países desenvolvidos – os riscos de recessão nos EUA e Europa. – são riscos para a projeção.

Analistas acreditam que o lucro por ação (LPA) do Ibovespa deve apresentar leve crescimento nos próximos dois anos, em função principalmente do crescimento do lucro das empresas com foco no mercado doméstico.

Historicamente, o lucro por ação deste grupo cresceu ao redor de 10% ano e Siqueira, Fraga e Gracia acreditam que esta tendencia vai ser mantida nos próximos anos – com risco dos números serem melhores que a média histórica, pontuam.

Por outro lado, as empresas produtoras de commodities como Vale e Petrobras, devem apresentar uma leve contração nos lucros em função da queda no preço das commodities, particularmente petróleo e minério de ferro (as mais relevantes para as empresas listadas na Bolsa).

A Guide diz que o “valuation” do Ibovespa está bastante descontado, tanto no grupo de produtores de commodities como no grupo de empresas voltadas para o mercado doméstico. Isso se deve ao juro alto atualmente no Brasil.

A queda dos juros em 2023 deve fazer com que o valuation aumente dos atuais 6,9x para 9,5x, calculam.

Onde investir?

Siqueira, Fraga e Garcia mantêm visão cautelosa com as produtoras de commodities, posição que têm defendido desde o segundo trimestre deste ano.

Eles acreditam que, neste momento, as perspectivas são melhores para empresas voltadas para o mercado interno brasileiro.

A expectativa de fim do ciclo de aumento de juros nos EUA e redução dos juros no Brasil devem favorecer empresas sensíveis à queda dos juros, como
empresas de crescimento e empresas endividadas, por exemplo.

Eles dizem, por fim, que estas teses se desenvolverão mais ao longo de 2023 do que ainda no final de 2022.