O Índice Bovespa terminou a sexta-feira em alta, de 0,68%, aos 102.935 pontos, acompanhando a recuperação dos mercados mundiais após a sinalização de retomada de negociação entre China e Estados Unidos para reduzir a guerra comercial. Foi o terceiro dia seguido de alta do principal referencial do mercado brasileiro de ações na B3.
Hoje também os dados de emprego nos Estados Unidos indicaram uma economia mais fraca, o que abre espaço para mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Foram criadas em agosto 130 mil vagas, ante uma projeção de até 170 mil vagas feita pelo mercado. Os investidores desanimaram um pouco no fim do dia, após o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar em Zurique que os dados do payroll mostram que o mercado de trabalho americano segue se fortalecendo e que a perspectiva para a economia americana segue favorável, sem risco de recessão, indicado que não vê necessidade de cortes de juros.
Nos EUA, o Índice Dow Jones fechou em alta de 0,51%, o Standard & Poor’s 500, 0,37% e o Nasdaq caiu 0,17%. Na semana, o Dow acumulou alta de 1,5% e o Nasdaq e o S&P, ambos 1,8%. Os juros americanos de 10 anos caíram 0,01 ponto percentual, para 1,55%, mas fecharam a semana em baixa de 0,05 pontos.
Alta de 1,78% na semana
A aprovação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o incentivo às privatizações e um pacote para reduzir o desemprego prometidos pelo governo também ajudaram o mercado acionário. Na semana, o Ibovespa acumula alta de 1,78%, mesma variação do mês, com 17,12% no ano e 34,70% em 12 meses.
Bancos puxam a alta pelo segundo dia
O destaque do dia foram novamente os bancos, que continuaram subindo por conta da perspectiva de redução dos compulsórios sobre depósitos exigidos pelo Banco Central, o que liberaria mais recursos para as instituições emprestarem. O setor também foi um dos que mais sofreram em meio ao cenário de maior aversão ao risco no mês de agosto e ainda se recupera de forma moderada das perdas registradas, lembra a Guide Investimentos.
No fim do dia, Banco do Brasil ON subiu +4,0%, Bradesco PN 4,2% Itaú Unibanco PN, 3,3% foram os principais destaques e lideraram as altas do Índice Bovespa. As maiores quedas do índice foram de CCR ON, 4,27%, Pão de Açúcar PN, 3,44%, BTG Banco Unit, 3,12% e MRV ON, 2,89%.
Construção civil em baixa
O setor de construção civil encerrou mais uma sessão em queda. O cenário de desconfiança permanece após o anuncio da aquisição da companhia americana AHS pela MRV, afirma a Guide. Na visão dos investidores, o movimento de internacionalização da companhia, demonstra certo ceticismo com o mercado imobiliário brasileiro, principalmente na modalidade baixa renda. Na semana, Cyrela perdeu -7,0%, MRV, -11,5%, Eztec, -3,5%, Tenda, -1,3% e Even, -7,6%. A Guide afirma que segue confiante com o setor no médio prazo, tendo em vista a retomada dos lançamentos, melhoria das vendas, e redução do estoque de imóveis em São Paulo.
Estrangeiros tiram R$ 23,3 bi da Bovespa no ano
No total, o volume negociado na Bovespa foi de R$ 13,974 bilhões, abaixo da média de R$ 16,509 bilhões por dia no ano. O saldo de estrangeiros na Bovespa segue negativo, com saídas no mês de R$ 2,073 bilhões até dia 4 e de R$ 23,303 bilhões no ano. Esse valor não considera as compras de estrangeiros em ofertas públicas. A saída no mês foi ampliada pela venda de ações da Swiss Re na SulAmérica.
Dólar cai acompanhando mercado externo
No mercado de dólar, a moeda americana encerrou o dia em queda de 0,7% no mercado comercial, vendida a R$ 4,08%, em queda de 1,44% na semana e no mês. O dólar acompanhou a queda da moeda no mercado internacional, diante da expectativa de que os juros americanos devem cair, reduzindo a atratividade das aplicações nos EUA.
Juros em baixa com inflação tranquila
No mercado de juros, as taxas de prazos mais curtos recuaram diante dos sinais de inflação mais baixa do IPCA, indicador usado pelo BC em suas metas, e IGP-DI em agosto. Os contratos para janeiro de 2020 terminaram projetando 5,33% de juros, 0,03 ponto percentual abaixo do fechamento anterior. Já os para janeiro de 2021 fecharam projetando 5,35%, 0,04 ponto de queda e, para janeiro de 2022, 5,96%, 0,01 ponto de queda. Os demais vencimentos ficaram estáveis.
Hoje também o Bradesco reduziu sua estimativa para a Selic, de 5% para 4,75% ao ano, prevendo ainda que esse juro recorde de baixa vai permanecer até o fim do ano que vem. Um cenário mais favorável ainda para a diversificação e para mercado acionário.
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