O Índice Bovespa marcou novos recordes hoje em meio ao entusiasmo dos investidores com o avanço da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e os sinais de redução dos juros nos Estados Unidos. O índice chegou aos 106.650 pontos durante o pregão, a maior pontuação da história, e fechou aos 105.817 pontos, com alta de 1,23%, também recorde de pontos no fechamento.
Quinta alta seguida e volume de R$ 23,3 bilhões
Foi o quinto pregão seguido de alta do índice, que acumula agora alta de 4,80% em julho, 20,40% no ano e de 41,35% em 12 meses. O volume também foi um dos maiores da história, com R$ 23,3 bilhões, muito acima da média de R$ 16 bilhões do ano. Um sinal de que os investidores estrangeiros podem estar voltando, depois das saídas deste ano. No dia 5 de julho, os estrangeiros tiraram R$ 641,7 milhões da bolsa brasileira, elevando a saída no mês para R$ 1,1 bilhão e no ano para R$ 5 bilhões.
No mercado de câmbio, o dólar acompanhou o otimismo e recuou 1,3%, para R$ 3,76 para venda no mercado comercial e 2,5%, para R$ 3,91, no mercado turismo, das viagens e cartões.
Os juros futuros recuaram e os contratos na B3 projetam taxas abaixo de 6% ao ano até janeiro de 2022. Para 2025, a projeção é de 6,86% ao ano, ante 6,94% na segunda-feira.
Expectativa com a reforça e com o que vem depois
A expectativa do mercado de que a situação fiscal seja equacionada com a provável e iminente aprovação da reforma da Previdência é a principal razão para a alta do índice, diz o BB Investimentos. O otimismo dos investidores é ainda reforçado com o que deve vir após a reforma, a saber; novos cortes na Selic – o que favorece a renda variável – e novas medidas prenunciadas pelo governo e Câmara para “destravar” a economia do país.
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Expectativa de juro menor nos EUA
O BB destaca também a maior inclinação do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em cortar juros nas próximas reuniões, refletida na fala de hoje de seu presidente, Jerome Powell, no Congresso, bem como na ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), divulgada no período da tarde.
O dólar apresentou firme recuo, mais acentuado que o movimento da divisa no exterior, destaca o BB.
Bancos sofrem com aumento de imposto
A maior parte das ações que compõem o índice Bovespa se valorizaram, afirma o Banco Fator, mas se destacou a desvalorização das ações de bancos, que terão a contribuição sobre o lucro (CSLL) elevada de 15% para 20%. A alíquota já havia sido elevada antes, de 15% para 20%, mas havia voltado ao nível anterior este ano.
IPCA reforça expectativa de juro menor
Para a queda dos juros hoje, contribuiu também o IPCA, que recuou de 0,13% em maio para 0,01% em junho, acumulando em doze meses inflação de 3,37%, retornando ao nível de janeiro de 2019 (3,78%)
No exterior, o destaque do dia foi a divulgação da Ata da reunião do Fomc, lembra o Fator. As bolsas de Nova York registraram leve alta, o índice S&P500 ultrapassou o nível psicológico dos 3 mil pontos, batendo um novo recorde.
O dólar, medido pelo índice DXY, recuou e os juros dos títulos do Tesouro americano caíram. “Por fim, o dia foi de alta generalizada nos preços das commodities, entre elas, o petróleo”, observa o Banco Fator.
Votação acima do esperado mostra força
Na Câmara, a aposta do mercado deu certo. A proposta de reforma da Previdência foi aprovada depois do fechamento, às 20 horas, por 379 votos, muito mais que os 308 necessários, o que demonstra força para aprovar o texto em segundo turno ainda esta semana, como prevê o presidente da Casa, Rodrigo Maia, que assumiu o comando da reforma na ausência de articulação do governo Bolsonaro.
A possibilidade de inclusão de Estados e Municípios na reforma fica para o Senado.
A reforma acabou desidratada na reta final, com maiores benefícios para policiais e para mulheres, mas o resultado ainda fica dentro do previsto pelo mercado, com uma economia em torno de R$ 900 bilhões em 10 anos.
Dólar cai 2% no mês e 3% no ano
O dólar comercial fechou a R$ 3,756 para venda, acumulando -2,19% em julho, -3,07% no ano e -1,21% em 12 meses. O risco-país medido pelo CDS Brasil recuou de 1,44 ponto percentual na última segunda-feira, para 1,32 ponto.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, especialmente os longos, mas distantes das mínimas: DI janeiro/2021 em 5,59%, de 5,63%; DI janeiro/2023 em 6,31%, de 6,40%; DI janeiro/2025 em 6,86%, de 6,94%.
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