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Ifix despenca mais de 4% em novembro, seu pior mês desde o início da pandemia de Covid-19

À época, em março de 2020, o índice perdeu 15,85%

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O Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários), principal índice de fundos imobiliários da B3, desvalorizou-se em 4,15% em novembro. Com isso, o indicador chegou ao seu pior desempenho desde março de 2020, período marcado pelo início da pandemia de Covid-19.

À época, o Ifix perdeu 15,85%.

Maiores quedas de novembro:

  • JSRE11: -16,24%
  • XPPR11: -14,38%
  • BLMG11: -13,87%
  • CARE11: -13,72%
  • BRCR11: -12,57%

Maiores altas de novembro:

  • VSLH11: +1,89%
  • SNCI11: +1,85%
  • CACR11: +1,63%
  • PLCR11: +1,50%
  • NCHB11: +1,35%

De acordo com Gabriel Barbosa, membro do comitê de investimentos da TRX, a forte influência do cenário político sobre o mercado financeiro pesa como um dos principais motivos para o atual momento.

“Com o início do período de transição do novo governo eleito, o mercado de maneira geral ficou temeroso em relação ao compromisso fiscal, o que fez com que os investidores demandassem um prêmio de risco maior para esses títulos”, disse. Por consequência, ele explica que assim as taxas de negociação aumentam.

“Ou seja, na medida que os investidores demandem mais taxas de juros para comprar os títulos públicos, isso sinaliza que o Banco Central deverá manter por mais tempo a Selic em patamar elevado”, complementa, ao acrescentar que isso pesa sobre o crescimento econômico. 

Nesse sentido, os FIIs são afetados diretamente, “uma vez que um cenário de baixo crescimento econômico ou inflação alta podem afetar a demanda de grandes empresas por locação e/ou desenvolvimento de grandes imóveis”, explica. Com isso, a expectativa de vacância aumenta.

“Pelo fato de os FIIs investirem em ativos que oferecem uma renda mensal proveniente do pagamento de aluguéis, normalmente reajustada por algum tipo de índice inflacionário ou pelo CDI, essa classe de ativos guarda uma forte correlação com os títulos públicos de renda fixa, principalmente os indexados à inflação ou pré-fixados”, comenta Barbosa.

E toda vez que as taxas têm um aumento substancial, os FIIs acompanham esse movimento e as cotas se desvalorizam. 

Barbosa, entretanto, acredita que, no curto prazo, essa perda não deve influenciar na distribuição de dividendos.

“Se o investidor não vender nem comprar cotas, provavelmente permanecerá com o mesmo recebimento médio de dividendos dos últimos meses. Já para o médio e longo prazo, vai depender de como alguns fatores que explicamos acima — inflação, crescimento econômico e política monetária — influenciarão o mercado de imóveis”, completou.