Imóveis rurais no Brasil prometem ser a bola da vez para investidores. Essa é a avaliação que traz um relatório do BTG Pactual divulgado nesta quarta-feira (27). Segundo o banco de investimentos, levantamento da consultoria IHS Markit apontou que terras de interesse para o agronegócio tiveram valorização anual média em torno de 6% entre os meses de 2019 e 2020, o que mostra excelentes perspectivas de rentabilidade para esses ativos no longo prazo.
O relatório ainda aponta que a liquidez deve melhorar com o tempo, com mais fazendeiros capitalizados em busca de crescer seus negócios, além da possibilidade de o Congresso Nacional alterar a legislação sobre a venda de terras agriculturáveis no país a pessoas físicas e jurídicas estrangeiras. Atualmente, só 25% do total de imóveis desse tipo estão ao alcance de investidores do exterior, algo que o Projeto de Lei n° 2963, de 2019, tem a intenção de mudar, o que poderia representar uma grande injeção de dinheiro no setor. O projeto atualmente está tramitando na Câmara dos Deputados.
Agro está pop
Se para muitos setores o cenário de instabilidade econômica mundial trazido pela Covid-19 foi um pesadelo, para o agronegócio brasileiro a colheita foi farta. Segundo dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em 2020 o crescimento do PIB desse setor foi de 9% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 1,75 trilhão, valor que representa 22% de todo o Produto Interno Bruto do Brasil. A alta foi puxada por preços recordes de matérias-primas como a soja, devido à alta demanda externa e câmbio desfavorável em relação ao dólar, uma vez que insumos necessários para o cultivo – como fertilizantes – são importados.
Para 2021, as perspectivas continuam boas, embora o crescimento esperado não seja tão expressivo quanto no ano anterior. Para a CNA, o setor deve crescer 3% sobre 2020, alcançando R$ 1,8 trilhão. Em nota para a imprensa, a confederação considerou esse possível crescimento como “robusto”.
Como investir em terras agrícolas?
Existem diversas formas de investir no agronegócio. Porém, voltado especificamente para as terras agrícolas, a menos que o investidor tenha uma grande capacidade de investimento para aportar sozinho em terras, o caminho será participar de algum fundo de investimento imobiliário. Com procura em alta nos últimos anos, os fundos são comercializados na bolsa de valores e, em alguns, é possível investir em imóveis com menos de R$ 1 mil. Além de loteamentos residenciais, prédios e shopping centers, gestoras desse tipo de fundo estão mirando também criar produtos que aproveitem os bons ventos do agronegócio.