RESGATES

Indústria de fundos tem R$ 16,2 bilhões de resgates líquidos no 1º semestre

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Por Gabriel Codas

Investing.com – Nos seis primeiros meses de 2020 a indústria brasileira de fundos de investimento acumulou resgates líquidos de R$ 16,2 bilhões (diferença entre aplicações e resgates). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). O resultado foi puxado pelos fundos de renda fixa com saídas líquidas de R$ 95,2 bilhões no período.

Carlos André, vice-presidente da ANBIMA, explica que, pela própria crise, uma parte dos resgates foi feita por investidores para honrar compromissos e obrigações. “Investimentos em renda fixa são muitas vezes reserva de liquidez e essa categoria é a primeira a sofrer resgates desta natureza”.

Os fundos de ações e multimercados se destacaram pela captação líquida positiva no período, apesar da queda da indústria. Os primeiros encerraram o semestre com R$ 49,5 bilhões. O montante é 89% superior na comparação com a primeira metade de 2019. Além do desempenho positivo no período, a classe de ações não teve nenhuma saída líquida mensal nos últimos 21 meses, ou seja, desde dezembro de 2018. Os multimercados tiveram captação líquida positiva de R$ 30,9% bilhões contra R$ 25,2 bilhões em 2019.

“Com patamar muito baixo de taxas de juros, os investidores percebem que a renda fixa tradicional é um porto seguro, mas entrega pouco retorno. Além disto, podemos destacar o trabalho educativo dos assessores das plataformas de distribuição e dos próprios bancos”, afirma Carlos André.

O desempenho de 2020 se mostra superior na comparação com a crise do subprime, em 2008. Até o quatro mês da crise, os resgates líquidos em 2008 representaram 4,3% do patrimônio líquido pré-crise, enquanto em 2020 as saídas corresponderam a 2,1% do estoque pré-pandemia.

Sobre os sinais de retomada, o vice-presidente destaca a melhora dos resultados ao longo dos meses. Junho, por exemplo, encerrou com captação líquida positiva de R$ 50,1 bilhões. Além disto, chama atenção para a retomada das operações do mercado de capitais que impactam, positivamente, o comportamento da indústria de fundos. “A perspectiva
que enxergamos é um retorno ao ciclo anterior, com a captação se recuperando e boa representatividade das classes de ações e multimercados”, conclui.