O que influencia o dia

Inflação na zona do euro, FTX e BlockFi, petróleo: veja as principais notícias de hoje (1)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão os mercados em todo o mundo nesta sexta-feira

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Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo, da Investing.com – Projeções trimestrais da Micron apontam para o fim do boom das fabricantes de chips.

ISM divulgará dados da sua pesquisa sobre o setor industrial em junho.

Inflação na zona do euro disparou além das expectativas, atingindo nova máxima recorde e aumentando a pressão para que o Banco Central Europeu tome ações mais enérgicas e rápidas para reduzir a alta dos preços.

Ações americanas devem abrir levemente em baixa, depois do pior primeiro semestre em 52 anos.

FTX deve comprar a empresa de empréstimo de criptos BlockFi (mas não a Celsius, que pode receber um resgate), e os preços do petróleo se recuperam em relação às perdas de quinta-feira, com base nos fundamentos.

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Confira o que você precisa saber de mais importante nos mercados financeiros nesta sexta-feira, 1 de julho.

1. IPC da zona do euro dispara para novo recorde, mas PMIs surpreendem para cima

A inflação na zona do euro disparou até a nova máxima de 8,6%, acima das expectativas, o que coloca ainda mais pressão para que o Banco Central Europeu acelere o ritmo do aperto da política monetária.

Isso ocorreu apesar dos cortes tributários que reduziram os preços dos combustíveis na Alemanha e em alguns outros países membros da zona do euro no último mês. O Banco já contratou um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros neste mês, apesar de uma minoria sonora de autoridades defender uma ação mais drástica.

Pelo lado positivo, o setor industrial da região continuou se expandindo em junho, com a atividade desacelerando menos do que se temia. Contudo, momentos mais difíceis continuam no horizonte, diante da ameaça de uma completa parada das exportações de gás da Rússia forçar os países a impor um racionamento. As ações da Gazprom despencaram 30% em Moscou na quinta-feira, depois que a empresa declarou que não distribuiria dividendos, no que parecia ser um preparativo para uma repentina interrupção dos pagamentos dos clientes.

2. Ações americanas devem abrir em baixa, após pior primeiro semestre em 50 anos; projeção da Micron assusta fabricantes de chips; pesquisa do ISM em foco

Os mercados acionários dos EUA encerraram seu pior primeiro semestre em 52 anos na quinta-feira e devem estender as perdas na abertura.

Às 8h57, o Dow Jones recuava 0,53%, enquanto o S&P 500 deslizava 0,55% e o Nasdaq 100 caía 0,56% no mercado futuro.

Entre os destaques do calendário de dados está a pesquisa mensal com gerentes de compras do setor industrial. A expectativa é que o índice mostra uma leve desaceleração no crescimento desde maio.

Os resultados da Micron devem colocar sob pressão outras ações de semicondutores, embora os movimentos sejam modestos no pré-mercado. O setor de utilidade pública também estará no centro das atenções, à medida que o mercado digere a importância a decisão da Suprema Corte dos EUA sobre a atuação da Agência de Proteção Ambiental na quinta-feira. Na Europa, a gigante alemã de engenharia Siemens anunciou uma redução de US$ 3 bilhões em sua participação na unidade Siemens Energy (ETR:ENR1n), devido a prejuízos crescentes na fabricante de turbinas.

As fabricantes de chips viveram dois anos extraordinários, mas a festa pode estar chegando ao fim. As ações da Micron Technology (NASDAQ:MU) caíam mais de 5% antes da abertura dos mercados, após prever uma forte queda nas vendas no atual trimestre e dizer que, por isso, “moderaria” o crescimento da sua produção.

“O ambiente de demanda da indústria se enfraqueceu”, afirmou o CEO Sanjay Mehrotra. Uma pesquisa recente sugeriu que as entregas de PCs irão cair cerca de 10% neste ano, enquanto as de smartphones devem recuar quase 6%. Dados divulgados nos EUA nesta quinta-feira sobre os gastos pessoais mostraram quedas em todas as categorias de bens duráveis, de automóveis a eletrônicos.

A notícia pesou sobre outras empresas de semicondutores ao longo da noite, com destaque para Samsung (KS:005930), que cedeu 1,4% em Seul, e Infineon (OTC:IFNNY), que recuou 2,2% na Europa, enquanto a ASML se desvalorizou 2,7%.

3. Senado aprova "pacote de bondades" às vésperas das eleições

O mercado digere nesta sexta-feira a aprovação no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza o governo a gastar acima do teto de gastos 3 meses das eleições. Enquanto medidas como essas são chamadas de "pacotes de bondades", desta vez, nos bastidores a PEC era chamada de "pacote do desespero".

Os benefícios contemplam a ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 mensais e cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa; uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil; ampliação do auxílio-gás para  R$ 53 para o valor de um botijão a cada dois meses; transporte gratuito de idosos, com compensação aos Estados, repasse de até R$ 3,8 bilhões a Estados para manutenção do ICMS em 12% do etanol, auxílio-gasolina de R$ 200 para os taxistas e R$ 500 milhões para o Alimenta Brasil, voltado à compra de alimentos de agricultores familiares. 

O impacto fiscal previsto aos cofres públicos com a PEC é  R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos. Mesmo assim, a aprovação no Senado foi com folga. Ao todo, foram realizadas duas votações, com placares de de 72 a 1; e outra com 67 favoráveis e apenas 1 contrário. O texto ainda segue para apreciação na Câmara dos Deputados.  

Enquanto essa proposta contorna o teto de gastos, outra pode abrir uma brecha para que  definição de um reajuste saia do executivo para o Congresso, conforme alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023. Se essa alteração ocorrer, os parlamentares teriam mais poder para poder efetivar a execução de suas emendas.

Às 8h57 o EWZ, o EWZ recuava 1,53%.

4. Celsius Network busca reestruturação de dívida, enquanto FTX deixa passar oportunidade de resgate financeiro

A Celsius Network, plataforma de investimento em criptos que suspendeu os resgates dos clientes há 19 dias, devido a "condições extremas de mercado", disse que está trabalhando em uma reestruturação de dívida e considerando "transações estratégicas", a fim de proteger seus ativos.

A empresa não comentou uma reportagem da The Block na quinta-feira informando que a FTX havia decido não comprá-la, depois de descobrir um buraco de US$ 2 bilhões em seu balanço.

A FTX, no entanto, está prestes a comprar a BlockFi, outra plataforma que enfrenta problemas, por apenas US$ 25 milhões, de acordo com a CNBC, duas semanas após concordar com uma linha de crédito de US$ 250 milhões. O CEO da BlockFi, Zac Prince, recusou o preço cobrado, mas disse que mais notícias seriam dadas em breve.

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5. Petróleo repica depois que Índia estabelece imposto de exportação; dados de número de sondas em foco

Os preços do petróleo passaram a subir depois que notícias, citando autoridades dos EUA, lançaram dúvidas sobre a celeridade do retorno do petróleo iraniano ao mercado. Tratativas em Doha, com o objetivo de retomar o acordo de 2015 da ONU sobre não proliferação, não parecem estar progredindo bem. Além disso, os maiores terminais de exportação da Líbia continuam sob restrições de força-maior, restringindo bastante a produção na África Setentrional.

Ao longo da noite, a Índia impôs notas taxações sobre as exportações de gasolina e diesel em um esforço de manter mais combustível dentro do país e estabelecer um teto sobre os preços domésticos. Tais medidas geralmente levam a uma alta nos preços no resto da região. O país também introduziu um imposto extraordinário sobre produtores de petróleo.

Às 8h57 o petróleo norte-americano no mercado futuro subia 2,77%, a US$ 108,69 por barril, enquanto o Brent futuro se valorizava 2,82%, a US$ 112,12 por barril.

A contagem de sondas da Baker e os dados de posicionamento líquido da CFTC serão divulgados mais tarde no dia.