O que influencia o dia

Inflação nos EUA e no Brasil, OPEP+ e manufatura europeia: veja as principais notícias de hoje (1)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão os mercados em todo o mundo nesta quarta-feira

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Começa o aperto quantitativo do Fed.

Na Europa, a manufatura desacelera para o nível mais lento em um ano e meio.

A solidariedade da Opep com a Rússia está começando a se desgastar, enquanto as ações americanas devem oscilar à frente da pesquisa de manufatura ISM.

A Salesforce e a HP mantêm o clima otimista com seus relatórios trimestrais.

O compromisso de conter a inflação é reafirmado por Campos Neto.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 1º de junho:

1. EUA tenta controlar a inflação 

A política de redução de balanço do Federal Reserve entra em vigor hoje, embora os efeitos não sejam sentidos até 15 de junho, quando os primeiros títulos detidos pelo Fed poderão vencer.

Esse processo tirará até US$ 47,5 bilhões por mês do sistema financeiro, dobrando para US$ 95 bilhões até setembro, apertando ainda mais as condições financeiras à medida que as taxas de juros oficiais e de mercado aumentam.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, e James Bullard, de St. Louis, devem falar mais tarde, um dia depois que o presidente Joe Biden se encontrou com o presidente Jerome Powell para informá-lo exatamente quem era o culpado pela situação atual. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, foi sem dúvida mais honesta ao reconhecer à CNN que havia subestimado a força da dinâmica inflacionária criada pelos programas de estímulo pandêmico.

Fora dos EUA, espera-se que o Banco do Canadá aumente sua taxa básica em 50 pontos base para 2%.

2. Campos Neto diz que BC vai fazer de tudo para alcançar a meta da inflação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) "vai fazer tudo que estiver ao seu alcance para trazer a inflação para a meta” em audiência pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 31.

"Nosso trabalho é sempre fazer o máximo possível para levar a inflação à meta, mas com o mínimo de destruição no tecido produtivo da economia", pontuou. Campo também defendeu que os efeitos práticos das medidas adotadas até agora ainda não tiveram efeito na economia, devido à defasagem da política monetária. 

Sobre a meta da inflação para 2023, que hoje está em 3,25%, Campos tentou acalmar os rumores sobre uma possível mudança nesse patamar. "A meta é decidida no CMN, quando a gente vê a meta do próximo ano, o Brasil está mais próximo que outros países. Um elemento da formação de preços é baseado em expectativas", disse.

Às 08h20, o ETF EWZ recuava 0,71%, a US$ 35, no pré-mercado americano. 

3. Solidariedade da OPEP+ começa a se desgastar

A solidariedade da aliança 'OPEP+' está se desgastando na esteira da adoção pela União Europeia de medidas que tornarão praticamente impossível para a Rússia cumprir os acordos de produção do grupo.

O Wall Street Journal informou na terça-feira que alguns membros da Opep estão considerando “isentar” a Rússia do acordo, o que provavelmente seria um prelúdio para o restante da Opep aumentar ainda mais a produção. Exportadores de petróleo de longo prazo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – ambos com capacidade ociosa – estão desconfortáveis com um nível de preços que causará destruição da demanda e acelerará o abandono do petróleo.

Nos últimos dias, houve uma diplomacia de alto nível, com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitando a Arábia Saudita para fazer lobby por solidariedade contínua. Enquanto isso, Xi Jinping da China manteve uma ligação com seu colega nos Emirados Árabes Unidos, e o governo da França conversou com o do Iraque sobre a possibilidade de aumentar a produção.

Os dados do American Petroleum Institute sobre os estoques dos EUA devem ser entregues às 17h30, um dia depois do normal devido ao feriado do Memorial Day.

Às 08h12, os contratos futuros de petróleo nos EUA subiam 1,35%, a US$ 116,22, enquanto os de Brent avançavam 1,51%, a US$ 117,34.

4. Mercado de ações americanas 

Os mercados de ações dos EUA devem abrir em alta, mas dentro de suas faixas recentes mais tarde, já que o declínio da temporada de resultados do primeiro trimestre deixa o mercado mais exposto à negociação de dados econômicos.

O Institute of Supply Management fornecerá o ponto de dados mais importante na quarta-feira às 11h com seu índice de gerentes de compras, juntamente com a pesquisa mensal de vagas de emprego do Departamento do Trabalho.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Salesforce (NYSE:CRM) e HP (NYSE:HPQ), ambas as quais divulgaram resultados e orientações otimistas após o sino na terça-feira. A Hewlett Packard Enterprise (NYSE:HPE) relata mais tarde.

Às 08h17, o futuros da Nasdaq 100 subiam 0,03%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones avançavam 0,18% e 0,42%, respectivamente. 

5. Manufatura europeia prejudicada

A manufatura europeia expandiu em sua taxa mais lenta em cerca de um ano e meio em maio, atingida pelos fatores familiares do aumento dos preços da energia, problemas na cadeia de suprimentos originados na China e o golpe na confiança da guerra na Ucrânia.

O PMI de manufatura da zona do euro compilado pela S&P Global caiu para o menor nível desde dezembro de 2020, enquanto o analógico do Reino Unido caiu para o menor desde março de 2021. Os problemas do Reino Unido foram agravados pelas dificuldades do Brexit: os pedidos de exportação caíram pelo oitavo mês em nove.

Os dados seguem um grande excesso na inflação de maio para a zona do euro, que levou dois funcionários do Banco Central Europeu a romper com a orientação dada pela alta administração do BCE sobre a rapidez com que aumentar as taxas de juros. Robert Holzmann, da Áustria, e Peter Kazimir, da Eslováquia, sinalizaram sua abertura para um aumento de meio ponto na taxa de depósito já em julho.