O Banco Inter prevê que o Ibovespa atinja, ao final de 2021, 142 mil pontos, informou o banco em relatório divulgado nesta segunda-feira (31).
O documento ainda relatou a expectativa do Inter para diversos segmentos da Bolsa. Entre os setores dos quais o banco enxerga com otimismo estão o bancário e de saúde.
O setor de bancos, explica o Inter, está em um momento de reversão de tendência e iniciando recuperação, beneficiado pelo aumento das taxas de juros e reversão de PDD (Provisão para Devedores, provisão de valores para preparar a empresa contra a inadimplência).
Já o setor de saúde deve seguir se beneficiando do cenário mais favorável de exames e volta dos procedimentos eletivos, disse o texto.
Confira, abaixo, a expectativa do Banco Inter para outros setores.
Commodities
Para o Inter, o setor de commodities segue como grande protagonista do ano, com retorno acumulado de quase 19%, motivado, principalmente, pela retomada acelerada da economia global e a consequente maior demanda por insumos e matérias-primas.
O banco, entretanto, prevê uma desaceleração no aumento dos preços das commodities ao longo deste ano, ao mesmo tempo em que a oferta venha a se normalizar.
Nesse cenário, o relatório diz acreditar que empresas que operam no segmento de commodities metálicas sentirão, em maior magnitude, essa acomodação ou até de queda de preços, enquanto exportadoras de outros tipos de commodities, como celulose, por exemplo, devem seguir em cenário ainda otimista, em razão dos melhores fundamentos no setor.
Construção civil
De acordo com o relatório, mesmo com o crédito imobiliário em ritmo elevado e a taxas competitivas, a manutenção do alto prêmio de risco na curva de juros ainda gera expectativas de maiores custos de financiamento no médio prazo, o que pode causar uma diminuição na base de clientes elegíveis à contratação de imóveis.
Outro fator destacado pelo texto é a continuidade da alta nos insumos, que pode impactar o setor em mais de uma frente, seja na deterioração de margens ou até mesmo na desaceleração das vendas.
Seguradoras
O Inter afirma que os efeitos negativos da pandemia na atividade ainda pressionam o crescimento de prêmios no curto prazo das seguradoras.
“O resultado financeiro, outrora alternativa de receita em tempos de crise, também foi afetado com a queda nas taxas de juros”, disse o banco no documento.
Apesar disso, o banco ressalta que o avanço da vacinação e a elevação nas taxas de juros podem servir como motor de retomada, abrindo uma janela de oportunidades em um setor bastante descontado.
Shoppings
O setor de shoppings foi um dos mais atingidos pela pandemia. No entanto, destaca o Inter, com o avanço da vacinação no país, a manutenção dos fundamentos das empresas e o bom posicionamento das administradoras, o setor inverteu sua tendência de baixa e, atualmente, acumula ganhos de 13% em 2021.
Com isso, o banco prevê um cenário “um pouco mais otimista” para os shoppings, acreditando que eles recuperem o desempenho nos próximos trimestres.
Utilities
Para as empresas geradoras do setor de utilities, o relatório diz que prevê um cenário ainda “desafiador”, por causa da estiagem mais intensa que o normal no país, que pressionou os níveis dos reservatórios, forçando o acionamento de termoelétricas para a garantia do abastecimento no país.
Entretanto, no caso das distribuidoras, com a volta da mobilidade, a expectativa do Inter é de retomada “a partir de agora”, com retornos não apenas via upside, mas também por meio de dividendos.
Varejo e consumo
O documento diz que a curto prazo o cenário ainda segue incerto para o setor de varejo e consumo, com as expectativas de melhora dependendo do avanço da vacinação no país.
Com isso, o Inter mantém um viés mais negativo para o setor, com ressalvas às empresas mais “bem preparadas” para navegar em um ambiente ainda “dúbio”.
“Quando olhamos empresas com forte presença no e-commerce, a situação não foi de tudo ruim e, no caso de alimentos, o impacto acabou sendo positivo”, disse o banco em relação ao impacto da pandemia no setor.