A inflação acelerou para 0,96% em julho com reajustes dos preços da energia elétrica, sendo esse o maior resultado para o mês desde 2002 (1,19%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o indicador acumula alta de 4,76% no ano e de 8,99% nos últimos doze meses, acima do acumulado nos doze meses imediatamente anteriores (8,35%). Em julho de 2020, a taxa mensal foi de 0,36%.
A maior variação (3,10%) e o maior impacto (0,48 p.p.) vieram da habitação com a alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no índice (0,35 p.p.). O resultado foi consequência dos reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo, de 8,97% em Curitiba (11,34%), e de 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre (8,02%).
“Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, a gente teve o reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes o acréscimo nessa bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir de julho, esse acréscimo passou a ser de cerca de R$ 9,49”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
A segunda maior contribuição (0,32 p.p.) do mês veio dos transportes (1,52%), puxados pelas passagens aéreas, cujos preços subiram 35,22% depois da queda 5,57% em junho.
Os preços dos combustíveis (1,24%) também aceleraram em relação a junho (0,87%). Em particular, a gasolina teve alta de 1,55%, enquanto havia subido 0,69% no mês anterior, contribuindo com o terceiro impacto individual (0,09 p.p.) no índice do mês, após as passagens aéreas.
Somente o grupo saúde e cuidados pessoais (-0,65%) teve queda no período, com a redução dos preços dos planos de saúde (-1,36% e -0,05 p.p.). Em julho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste negativo de -8,19% em função da diminuição da utilização de serviços de saúde suplementar durante a pandemia.
“Foi o primeiro reajuste negativo autorizado pela ANS desde a sua criação. Esse reajuste é retroativo a maio de 2021 e vai até abril de 2022, a depender do aniversário de contrato dos beneficiários. Assim, no IPCA de julho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio, junho e julho”, explica André Filipe Almeida.
A pesquisa mostra ainda que todas as áreas apresentaram inflação em julho.
O maior índice foi registrado na região metropolitana de Curitiba (1,60%), influenciado pelas altas nos preços das passagens aéreas (39,92%) e da energia elétrica (11,34%). Já o menor resultado ocorreu em Aracaju (0,53%), por conta da queda nos preços do seguro voluntário de veículo (-11,37%) e dos planos de saúde (-1,47%).
Com informações da Agência IBGE de Notícias.