Nesta segunda-feira (14), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda voltou a apontar alta em todas as classes de renda pesquisadas no mês de maio, apesar da desaceleração registrada em abril.
As famílias de renda muito baixa, com renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50, foram mais impactadas, com inflação de 0,92% em maio.
Para as famílias de renda mais alta – com renda entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66 -, o percentual foi de 0,49% no mesmo período.
Habitação e transportes pressionam alta
Os grupos que mais contribuíram para a alta da inflação foram os de habitação e transportes.
Os reajustes de energia elétrica (5,4%), tarifa de água e esgoto (1,6%), gás de botijão (1,2%) e gás encanado (4,6%) foram os principais focos de pressão inflacionária no caso da habitação.
Os transportes foram impactados pelo aumento da gasolina (2,9%), do etanol (12,9%) e do gás veicular (23,8%).
Saúde e cuidados
O grupo saúde e cuidados também influenciou a aumento da inflação em maio. Enquanto as famílias com renda mais baixa tiveram alta de 1,3% nos medicamentos, os mais ricos sofreram com o reajuste de 0,67% nos planos de saúde.
Alta para todas as classes de renda
Na comparação interanual, houve forte aceleração inflacionária em todas as classes de renda.
Em maio de 2020, a pandemia impactou um grupo de bens e serviços gerando quedas de preços significativas, como a deflação na energia (-0,58%), combustíveis (-4,6%) e medicamentos (-1,2%), além das quedas em 3,2% dos móveis, de 0,58% do vestuário e de 0,37% dos serviços de recreação.
No acumulado de 2021, a inflação de 3,0% é mesma para o segmento de renda mais baixa e a classe de renda mais alta.
Entretanto, as maiores taxas observadas de janeiro a maio deste ano estão nas classes de renda média (3,5%) e renda média baixa (3,4%).
No acumulado em doze meses, a inflação das famílias de renda muito baixa (8,9%) segue bem acima da verificada entre os mais ricos (6,3%), ainda sob efeito das altas de 15,4% dos alimentos no domicílio e de 11,6% da energia elétrica.
No caso das famílias com melhor poder aquisitivo, o reajuste de 47,5% dos combustíveis nos últimos doze meses explica parte desse aumento.
Com informações da Assessoria de Imprensa e Comunicação do Ipea.