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IPO da Orizon divide a opinião de casas de análise; confira recomendações

- Tom Fisk/Pexels
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Termina na próxima quinta-feira (11) o período de reserva de ações para o IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) da Orizon (ORVR3), empresa de gestão de resíduos. As casas de análise Levante Ideias de Investimentos, Suno Research e Eleven Financial Research estudaram a oferta e apenas a última recomendou a entrada dos investidores.

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Com preço médio estimado de R$ 23,50 por ação, de acordo com a faixa indicativa, a empresa poderá obter até R$ 645  milhões com a operação e tem estreia prevista para 17 de fevereiro na B3, a bolsa brasileira. 

Entre as destinações para os recursos levantados com a parcela primária da oferta estão o investimentos em crescimento orgânico — especialmente na implantação de novos aterros sanitários e plantas de triagem mecanizada, reciclagem, beneficiamento de resíduos e waste-to-energy —, aquisições potenciais, amortização de dívida e capital de giro.

Dívida crescente

Em seu relatório de análise, divulgado na última segunda-feira (8), a Suno Research aponta que, como a destinação de resíduos ainda caminha em passos lentos no Brasil, a Orizon está situada em um setor “bastante pulverizado e com alto potencial de crescimento”. A Nord Research concorda e cita que cinco competidores concentram apenas 28% do market share.
  
Contudo, o documento da Suno indica que a empresa tem atualmente uma grande dívida com custos elevados. O montante de empréstimos bancários contraídos atrapalha, segundo a casa de análise, o seu potencial de crescimento e, somado a outros fatores, leva a recomendação de que os investidores não embarquem na operação.

Em sua análise do IPO, divulgada nesta terça-feira (9), a Nord Research — que explica que as dívidas surgiram a partir de aportes de fundos private equity e captações de empréstimos para um crescimento que não foi concretizado — questiona: “A companhia tem uma ótima gestão de resíduos, mas terá uma boa gestão do seu nível de endividamento?”

Por isso, mesmo destacando que a operação está em 14x o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, da sigla em inglês) na faixa média e a oferta não é cara, a Nord conclui que, com os riscos envolvidos — entre eles os de dependência do poder público, ambientais e endividamento — a recomendação é de que o investidor não entre no IPO.

Marco de Saneamento poderá beneficiar empresa

A Eleven também fala sobre o endividamento da Orizon em seu relatório, publicado na segunda-feira (8), mas opta por ressaltar que o Marco Legal de Saneamento, cujo objetivo é acabar com os lixões até 2024, beneficiará a empresa.

Neste ponto há concordância com a Nord, que cita um estudo da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) no qual estima-se que pelo menos 13 milhões de toneladas de lixo sejam adicionadas aos meios de destinação correta, para destacar que, hoje em dia, a Orizon trata apenas 4,5 milhões de toneladas e tem “uma enorme oportunidade” de alavancar seu crescimento nesta conjuntura.

A Eleven aponta também que a demanda social pelo aproveitamento de resíduos e a inserção da empresa no mercado de crédito de carbono, que “já movimenta cerca de 100 bilhões de toneladas por ano e continuará crescendo” contribuem para a expansão da empresa e sustentam sua recomendação de entrada na oferta.

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