Termina amanhã (2) o período de reserva de ações dos IPOs (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) de duas companhias: Focus Energia, do setor elétrico, e Jalles Machado, do ramo sucroalcooleiro. A casa de análise Eleven Financial Research estudou os prospectos das duas companhias e recomendou a entrada dos investidores apenas na operação promovida pela Jalles Machado.
Em relatório divulgado na última terça-feira (2), a Eleven classifica a oferta da produtora, que é uma das principais produtoras brasileiras de açúcar e etanol, como positiva e ressalta que a Jalles Machado “se encontra bem posicionada no mercado” sucroalcooleiro.
Com preço médio de R$ 11,65 por ação, de acordo com a faixa indicativa, a empresa poderá obter até R$ 1 bilhão com a operação. Segundo a casa de análise, o recurso será destinado principalmente ao “financiamento da expansão orgânica da companhia e possíveis novas aquisições no setor”.
Entre os pontos positivos, o relatório cita a opção da empresa pelo açúcar orgânico — que corresponde a 20% de sua receita e está menos sujeito a variações do preço da commodity no mercado internacional — e ressalto o fato de que 100% da cana utilizada é própria, o que também “diminuiu o risco das flutuações do custo da matéria-prima”..
A Focus Energia também tem possibilidades de levantar até R$ 1 bilhão em sua oferta inicial de ações — considerando o preço médio de R$ 24,90 por papel — que será destinado a investimentos em projetos de geração de energia e comercialização no “mercado livre” — nesta modalidade, grandes consumidores de energia negociam o recurso diretamente com as produtoras, sem a necessidade de intermediários.
Em seu relatório de início de cobertura, divulgado na última segunda-feira (1), a Eleven afirma que a empresa “ruma para ser um importante player de geração solar e geração distribuída com ativa participação no mercado livre” e destaca seus projetos previstos para os próximos anos, que prevêem 1,3 MW de capacidade instalada até 2024.
Contudo, a casa de análise informa que cerca de 70% dos planos ainda não tem definição das estruturas de financiamento e cita também que os riscos envolvidos na execução dos projetos e obras da empresa podem comprometer a rentabilidade futura. Portanto, considerando este cenário, a Eleven não recomenda a entrada dos investidores.