IRB Buffett

IRB cai mais de 20% após Berkshire Hathaway, de Buffett, negar ser acionista

Por Gabriel Codas

Investing.com – Na abertura dos negócios desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da IRB Brasil (SA:IRBR3) operam com expressiva queda, chegando a entrar em leilão nos primeiros minutos da sessão. São dois catalisadores para forte desvalorização da resseguradora.

Ontem a noite, a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, soltou uma nota desmentindo ser acionista no IRB (SA:IRBR3), negando que havia aumentado o capital da companhia brasileira dias antes como noticiado pela imprensa brasileira. “A Berkshire Hathaway Inc. não é atualmente acionista do IRB, nunca foi uma acionista do IRB e não tem intenção de ser acionista do IRB”, afirmou em comunicado.

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Outro fator da forte baixa foi o anúncio, na segunda-feira, da saída de Ivan Monteiro da presidência do Conselho. Alegação de problemas pessoais para saída do cargo não convenceu o mercado, que atrela a saída de Monteiro a problemas contábeis do IRB (SA:IRBR3) apontado em duas cartas pela gestora carioca Squadra no início de fevereiro.

Assim, por volta das 11h40, os ativos perdiam 23,21% a R$ 21,50.

Desmentido da Berkshire

O texto da Berkshire Hathaway foi divulgado na noite de ontem, e reproduzido inicialmente no site Brazil Jorunal.:

“Tem havido matérias recentes na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway é uma acionista do IBR Brasil Re. Essas matérias são incorretas”, diz a gestora americana.

A publicação destaca que os investidores que são comprados em IRB (SA:IRBR3) sempre tentaram mostrar que a Berkshire era uma acionista discreta do IRB ou que estava prestes a fazer uma oferta pela empresa, informação que circula desde os tempos do IPO, de acordo com o Brazil Journal.

Histórico

Na última semana de fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que a Berkshire Hathaway havia praticamente triplicado a fatia que detinha na resseguradora em fevereiro. No dia da divulgação da notícia, a ações fecharam em alta de 6,6%.

O Estadão também publicou que a advogada Márcia Cicarelli, que segundo a reportagem representa a Berkshire Hathaway no Brasil, teria sido indicada para compor o conselho fiscal da resseguradora.

As ações do IRB Brasil (SA:IRBR3) RE acumulam queda de 28,1% desde o começo do ano, enquanto o Ibovespa perde menos de 9%, pressionadas particularmente por ruídos relacionados à contabilidade de seus resultados.

A equipe do Credit Suisse avaliou que a noticia é negativa para o papel da resseguradora, “já que o indicativo de investimentos da Berkshire na companhia havia sido visto de forma positiva pelo mercado, indicando confiança no case”, conforme nota enviada pela corretora do banco a clientes.

Squadra

Em um relatório de cerca de 150 páginas divulgado em 2 de fevereiro, a gestora de recursos Squadra afirmou que possui uma posição vendida nas ações do IRB (SA:IRBR3) (ou seja, uma aposta de que as cotações vão cair) e questionou a veracidade de informações que constam dos resultados da resseguradora. A iniciativa desencadeou uma queda de 24% no preço das ações, levando a uma disputa que domina as rodas de conversa do mercado financeiro. A desvalorização representou um tombo de cerca de R$ 10 bilhões no valor de mercado do IRB.

*Com Reuters