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Itaú: ação fecha em alta após resultado; confira o que dizem os analistas

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Investing.com – O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) fechou o pregão em alta nesta quarta-feira (4), um dia após ter divulgado lucro líquido recorrente de R$ 5,030 no terceiro trimestre, 29,7% a menos do que no mesmo período do ano passado, mas alta de 19,6% em relação ao segundo trimestre.

As ações fecharam as negociações em alta de 3,99%, a R$ 25. A máxima do dia foi de R$ 25,74 e a mínima, de R$ 24,87, enquanto o volume de negociação foi de R$ 2,45 bilhões. Na mesma linha, o Ibovespa também fechou o dia em alta, de 1,97%, aos 97.867 pontos.

Além de divulgar os resultados, o banco anunciou um plano para segregar a maior parte das ações que detém da XP em uma nova companhia, além de planos de vender 5% das ações que permaneceriam em suas mãos. Segundo fontes do mercado, seria uma estratégia para, aos poucos, deixar de ser sócia da XP.

Na análise do Safra, os resultados do Itaú vieram acima do esperado, confirmando uma tendência de recuperação após um primeiro semestre fraco. Porém, o Safra destaca a fraca renda líquida com juros impactada por cortes de taxas de juros sobre capital de giro, e um mix com linhas de crédito de spread mais baixo.

O banco pontua ainda que, além do resultado, espera que o mercado reaja positivamente à notícia de possível cisão da maior parte de suas ações na XP, que pode desbloquear valor para os acionistas. O Safra mantém recomendação de Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 37.

Já para a XP, os resultados vieram em linha com as expectativas: o lucro foi 10% acima da estimativa da corretora, mas foi sustentado por resultados não operacionais. A XP mantém recomendação Neutra com preço-alvo de R$ 29, apesar de achar que a ação irá reagir positivamente, por acreditar que esteja precificada de forma justa.

A Mirae Asset também vê os resultados dentro do esperado, mas projeta recuperação do preço da ação por causa dos desenvolvimentos relativos à participação na XP. A corretora recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 31,31.

Finalmente, para o Goldman Sachs, o banco está sendo negociado a um preço elevado em relação a seus concorrentes, o que motiva a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 26. No entanto, o Goldman acredita que o desinvestimento na XP pode ajudar a desbloquear valor. Além disso, uma queda mais rápida do que a prevista de perdas com empréstimos; uma recuperação mais rápida na base de capital e uma melhor eficiência nas despesas operacionais também podem beneficiar a ação.

Os principais riscos vistos pelo Goldman, por outro lado, são a alta exposição a cartões de crédito, que pode levar à deterioração da qualidade de ativos; a exposição a outros países da América do Sul com níveis menores de lucratividade; e uma redução mais forte do que a esperada nos dividendos.

Balanço do Itaú

No intervalo entre janeiro e setembro, o lucro líquido recorrente do Itaú atingiu R$ 13,148 bilhões, redução de 37,6% em relação ao mesmo período do ano passado, ainda como efeito do aumento do colchão contra perdas.

“A melhora de resultados neste trimestre reflete uma sensível recuperação da atividade econômica, ao mesmo tempo em que ainda contempla a necessidade de provisionamento para fazer frente à possibilidade de maior inadimplência no futuro. Este cenário poderá ser atenuado se os agentes de mercado estiverem mais seguros quanto à capacidade do governo de estabilizar a situação fiscal”, afirmou o presidente Cândido Bracher em documento que acompanhou o demonstrativo financeiro.

A carteira de crédito total do banco alcançou R$ 846,994 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 4,3% em relação ao período imediatamente anterior. Ante o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 20,4%.

Segundo o banco, destaque para o crescimento das carteiras de crédito imobiliário, de veículos e micro, pequenas e médias empresas; esta última em função da concessão de linhas incentivadas pelo governo como o Pronampe e o FGI BNDES.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) seguiu impactada pela reforço nas provisões, mas apresentou melhora na relação trimestral. Passou de 13,5% no segundo trimestre para 15,7% no terceiro. Em um ano, estava em 23,5%.

O patrimônio líquido do Itaú era de R$ 130,559 bilhões ao fim de setembro, 3,8% maior em um ano. No trimestre, cresceu 3,3%.

No terceiro trimestre, o maior banco da América Latina ultrapassou a marca recorde de R$ 2,11 trilhões em ativos totais, alta de 21,4% em um ano. No comparativo trimestral, foi visto incremento de 16,9%.

*Com participação de O Estado de S. Paulo

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