SpaceNews

JBS (JBSS3): CEO da empresa defende rastreamento de gado para frear desmatamento no Brasil

Para Gilberto Tomazoni, a única solução para o desflorestamento no país é ter um sistema nacional obrigatório de rastreamento

Fachada de prédio da JBS - JBS/Divulgação
Fachada de prédio da JBS - JBS/Divulgação

Na última quinta-feira (21), o CEO da JBS (JBSS3), Gilberto Tomazoni, afirmou que o governo brasileiro precisa desenvolver um programa obrigatório para rastreio do gado de corte a fim de impedir o desmatamento, uma vez que o pasto para a pecuária, a venda de madeira e a agricultura impulsiona o desmatamento da Amazônia. 

A destruição das florestas tropicais, que servem como sumidouros de carbono, pode prejudicar a obtenção das metas climáticas globais.

Portanto, “a única solução para o desflorestamento no Brasil é ter um sistema nacional obrigatório de rastreamento”, destacou o CEO, em painel sobre mudanças climáticas do jornal norte-americano The New York Times.

Segundo a companhia, seus fornecedores de gado são rastreados com “monitoramento por satélite” e os indiretos com a tecnologia blockchain, para impedir o desflorestamento em sua cadeia de suprimentos.

No entanto, ambientalistas são contra o projeto da empresa de lançar ações na bolsa de Nova York, por temores do envolvimento do frigorífico no desmatamento, nas mudanças climáticas e em outros assuntos.

O grupo ativista Global Witness disse que, para cada mil dólares investidos na JBS desde 2010, houve cerca de um campo de futebol de redução florestal no Brasil, por causa da cadeia de suprimentos da empresa.

A JBS afirmou que sua proposta de entrada na bolsa de Nova York vai “melhorar a governança corporativa e transparência, por meio da aderência aos padrões da SEC”, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. 

A partir de janeiro de 2026, apenas produtores registrados na ferramenta de blockchain do frigorífico poderão fazer negócios com a JBS, informou a companhia.

No ano passado, uma investigação de promotores brasileiros descobriu que cerca de 17% do gado comprado pela empresa no Estado do Pará de julho de 2019 a junho de 2020 vieram de pastos com irregularidades, como desmatamento ilegal. 

Sobre isso, o frigorífico afirmou, na época, que os problemas que levaram às aquisições foram sanados.

As informações são da Reuters.