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O lock-up da Vivara terminou; entenda o que é esse mecanismo contra a especulação

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Os investidores que participaram da abertura de capital da Vivara, em 10 de outubro, puderam nesta semana, finalmente, negociar suas ações. Isso ocorreu porque a empresa adotou um mecanismo de proteção contra a especulação com seus papéis, conhecido como lock-up. Na SpaceDica de hoje, vamos explicar como esse mecanismo funciona.

O que é lock-up

O lock-up é uma cláusula contratual. Ela é firmada entre a empresa emissora das ações e o investidor, que impede que ações listadas na bolsa de valores sejam vendidas em um determinado período de tempo. Esse mecanismo ocorre, geralmente, em processos de abertura de capital. Mas pode, também, ser usado em follow-ups, quando uma empresa resolve colocar mais papéis no mercado.

No caso de IPOs, como no da Vivara, o lock-up é uma alternativa que serve para controlar a especulação em cima dos papéis da empresa. Com isso, evitando o fenômeno de “flipagem”, que ocorre quando uma ação nova no mercado é comprada e vendida rapidamente com o intuito de fazer lucro instantâneo. Esse movimento deixa o preço dos ativos muito instáveis e causa disparidades na bolsa como um todo.

Standstill Period

Outro mecanismo de proteção adotado por empresas em IPO é o Standstill Period, ou o período de salvaguarda. Ele impede sócios e fundadores de reduzir sua quota de participação nas ações por um período.

Para o mercado, isso aumenta a confiança nos papéis. Tendo em vista que uma maior participação do corpo institucional da empresa fortalece o comprometimento com o sucesso, o que torna os ativos mais confiáveis.

Com o lock-up e o Standstill Period, os IPOs tendem a ter uma entrada mais bem direcionada no mercado. Evitando, assim, flutuações especulativas nos primeiros meses e garantindo que as ações possam estabelecer um preço que corresponda mais fielmente ao valor de mercado da empresa.

Prós…

Um dos pontos positivos para se aderir ao lock-up é ter prioridade na compra das ações, já que, após abrir capital, a empresa é obrigada a distribuir pelo menos 10% de seus papéis para investidores não institucionais. Quem assina, garante sua cota durante o período de reserva.

Se um investidor pretende, por exemplo, ficar com uma cota de 1.000 e aceitar a cláusula, terá sua cota garantida. Quem não assina, pode ficar com menos do que espera. No caso da Vivara, com um IPO de R$ 2 bilhões, quem aceitou fazer o acordo e ficar com os papéis por 45 dias, teve disponível um total de R$ 200 milhões para investir em primeira mão.

… e contras

Por outro lado, existe a possibilidade de a prática ser apenas um adiamento da volatilidade das ações, o que não permitiria ao mercado se desenvolver. Outro ponto negativo é que o desempenho da empresa pode não ser positivo e gerar atrito com os investidores, que ficam presos às ações até o final do período estabelecido.

Não existe uma fórmula que diga se o lock-up é positivo ou negativo, mas é necessário levar em conta todos esses aspectos antes de firmar um contrato de fidelidade com ações, por mais atrativo que possa parecer.