Notícias

Lula afirma que meta fiscal não precisa ser zero, prevendo que 2024 será difícil

Falas foram feitas durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto

- REUTERS/Ueslei Marcelino
- REUTERS/Ueslei Marcelino

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira que a meta fiscal do ano que vem não precisa ser zero, contrariando uma das principais bandeiras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Lula enfatizou sua disposição em evitar cortes em investimentos e obras prioritárias em 2024, argumentando que um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) seria aceitável.

Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula afirmou, conforme reportagem da Folha de S.Paulo: "Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país."

Ele também mencionou que o mercado está ciente de que a meta de déficit zero não será alcançada, mas criticou os investidores por sua ganância, conforme noticiado pela Folha: "Então eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida. Então eu sei, conversando com o Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos de obras."

O presidente Lula retomou suas atividades presenciais no Palácio do Planalto esta semana, após um período de recuperação de cirurgias realizadas no final de setembro, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.

A meta de zerar o déficit primário em 2024 foi uma das premissas do ministro Haddad durante as discussões do novo arcabouço fiscal, substituindo o antigo teto de gastos, como noticiado pela Folha. No entanto, essa promessa enfrentou ceticismo, não apenas por parte do mercado, mas também de ministros, técnicos do governo e congressistas.

A ministra Simone Tebet, da Pasta de Planejamento e Orçamento, havia destacado os desafios de aprovar tantas medidas para aumentar a arrecadação, sugerindo uma meta de déficit de 0,5% do PIB como uma alternativa mais realista, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.

O presidente Lula reconheceu a possibilidade de dificuldades econômicas em 2024, devido a fatores internacionais, como a desaceleração do crescimento na China e o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, como noticiado pela Folha de S.Paulo. No entanto, ele assegurou que o governo federal está analisando a situação para tomar medidas preventivas.

Além disso, Lula enfatizou o potencial do Brasil para atrair investimentos internacionais na área de economia verde, destacando a negociação de créditos de carbono e medidas sustentáveis, como divulgado pela Folha de S.Paulo. Ele ressaltou o desejo do país de estabelecer parcerias produtivas que contribuam para o crescimento econômico e a geração de empregos, conforme noticiado pela Folha de S.Paulo.