Mais um round

Lula e Jair Bolsonaro se enfrentam em segundo turno. Como os dois batalharão pela vitória?

Resultado no último domingo (2) contrariou o que indicavam as pesquisas e consagrou nomes fortes do bolsonarismo no Congresso Nacional e em palanques estaduais

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*Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato, ao Bom Dia Mercado (BDM)

Os institutos de pesquisa, principalmente Datafolha e Ipec (ex-Ibope) pregaram uma peça e tanto nesta eleição, pontuaram Rosa Riscala e Mariana Ciscato.

Não só foram os grandes derrotados, com um erro feio, como o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi para o segundo turno com o ex-presidente Lula (PT) em condições muito favoráveis, fortalecido pela vitória de expoentes do bolsonarismo nos governos estaduais e no Congresso Nacional.

A onda conservadora e o resultado mais apertado entre os dois, com Lula (48%) apenas cinco pontos à frente de Bolsonaro (43%), projetam chances vivas de reeleição do presidente daqui a um mês, o que deve injetar ânimo no mercado financeiro, que já contava com a possibilidade de Lula ganhar no primeiro turno

Pesquisas contrariadas

Datafolha e Ipec estão desmoralizados, disse o presidente Jair Bolsonaro, e todo mundo vai concordar com ele, após as chances de vitória de Lula no primeiro turno terem sido frustradas nas urnas em proporção tão surpreendente.

Os institutos de pesquisa não apenas inflaram os números de Lula na região Sudeste, em especial, em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro ganhou, como não conseguiram prever que Tarcísio de Freitas (Republicanos) ficaria à frente de Fernando Haddad (PT), nem a eleição do astronauta Marcos Pontes (PL) ao Senado.

O bolsonarismo mostrou sua força e foi avalizado ainda na vitória dos ex-ministros Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Pazuello (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Teresa Cristina (PP-MS), Rogério Marinho (PL-RN), Jorge Seif (PL-SC), do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e de outros, como Magno Malta (PL-ES), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Romário (PL-RJ).

Essa onda fortalece a posição de Jair Bolsonaro (PL) na renovação do Congresso Nacional e desde já representa um quadro complicado a Lula, se o candidato do PT vencer a eleição.

Ao mesmo tempo, o presidente sai com vantagem ao segundo turno.

Surpresas no Sudeste

Se as dificuldades para Lula estão no Sudeste, nessa região Bolsonaro ganhou palanques importantes para aumentar sua votação no dia 30, com Tarcísio na liderança em São Paulo e com as reeleições de Romeu Zema (Novo) em Minas e Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro.

Os institutos de pesquisas apontavam em torno de dez pontos de diferença para Lula nos três maiores colégios eleitorais do País, mas quem abriu essa vantagem foi Bolsonaro, com 51,0% a 40,0%, no Rio de Janeiro, e 47,0% a 40,0%, em São Paulo.

Lula só ganhou em Minas Gerais, mas com diferença de cinco pontos, por 48,0% a 43,0%, a metade do previsto.

Com a apuração encerrada pelo TSE, os candidatos já sinalizavam novas alianças para o próximo round.

Ampliação de alianças

Com pouco mais de 4%, a senadora Simone Tebet (MDB) deu 48 horas para os partidos de sua aliança decidirem o que fazer, mas já avisou que “tem lado” e vai se posicionar. Também o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar (3,08%), pediu “algumas horas” para se pronunciar.

Ambos tendem para o apoio a Lula, mas isso não significa que a transferência de votos vai ser automática, nem que o candidato do PT seja o favorito.

Bolsonaro sai mais forte para o segundo turno e a disputa não vai ser fácil para nenhum dos dois. Na agenda privatista, Petrobras (PETR3)(PETR4) pode ser beneficiada pelas chances maiores de reeleição do atual mandatário.

*Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato, ao Bom Dia Mercado (BDM)