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Lula em Brasília; varejo; Forças Armadas vs. urnas; midterms nos EUA - as notícias de hoje (9)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta quarta-feira

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta quarta-feira (9):

Brasil

PEC da Transição – Em entrevista a CNN Brasil, o Senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do orçamento para o próximo ano, afirmou  que a PEC pode começar pelo Senado antes de chegar à Câmara. Segundo o parlamentar, existe tempo hábil para a aprovação, antes do recesso de dezembro.

Capítulos da transição – Lula (PT) chega a Brasília para bater o martelo sobre a PEC que vai acomodar os gastos que não foram previstos no Orçamento. A agenda do presidente eleito prevê encontros com os chefes dos Poderes no Congresso e tribunais superiores de Justiça.

A conversa mais importante foi com Arthur Lira (PP-AL), ocorrida às 10:00, na residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados, e pode definir um possível acordo para a PEC da transição. Às 13:00, Lula reuniu-se com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Nos dois casos, o interesse de Lira e Pacheco miram o apoio do futuro governo para suas reeleições no Congresso Nacional.

Desde às 16:00, Lula visita a presidente do STF, Rosa Weber, e, em seguida, o presidente eleito se encontra com Alexandre de Moraes, no TSE.

À Daniela Lima, âncora da CNN, uma fonte relatou que todos os onze ministros da Suprema Corte estão na reunião com Lula e Alckmin.

Quem acompanha de perto: Flávio Dino (PSB-MA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Cristiano Zanin, Eugênio Aragão, Paulo Teixeira (PT-SP) e Aloísio Mercadante (PT-SP).

Nomes – O Estadão fotografou uma lista de Geraldo Alckmin que indica Franklin Martins na comunicação, Marta Suplicy e Márcio França no Turismo e Eugênio Aragão para órgãos de fiscalização e controle. Veja mais aqui.

Acomodação de gastos – Após novo encontro com o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB), ontem à noite, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, admitiu que a PEC surge como “o caminho mais provável” para acomodar as promessas de campanha do PT.

Ele não descartou, porém, outras alternativas e não quis falar sobre o valor de suplementação necessário, o chamado waiver, e afirmou que “a forma e o montante dos recursos deverão ser decididos nas próximas 24 horas”.

Repercussão das indefinições – O mercado continua impaciente sobre a indefinição fiscal, expressa na Carta da Verde Asset, de Luis Stuhlberger.

Ao Broadcast, o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, disse que “existe o temor de que a PEC seja uma licença para Lula romper o teto dos gastos como bem entender”.

Já a especialista em renda fixa, Fernanda Bandeira, da Blue 3, prevê que “a postura defensiva tende a prevalecer nos próximos dias, com toda essa incerteza sobre o tamanho dos gastos fora do teto”.

Um waiver de R$ 175 bilhões se tornou o número mais falado nas mesas de operação, com a possibilidade de deixar fora do teto a despesa total com o Bolsa Família de R$ 600 mais os R$ 150 por criança até seis anos, que soma R$ 70 bilhões.

Nessa hipótese, a PEC liberaria os R$ 105 bilhões do Auxílio Brasil que já previstos no orçamento do próximo ano para outras políticas de interesse do governo Lula, como verbas para a Farmácia Popular ou o aumento real do salário mínimo.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), integrante da campanha, disse que o valor da PEC ficaria entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões.

O mercado considera como razoável um montante em torno de R$ 100 bilhões, mas isso depende muito dos detalhes de um plano de política fiscal e do novo do futuro ministro da Fazenda. Nesse sentido, os primeiros sinais não tranquilizaram.

Recepção de nomes – Depois de esquecer Fernando Haddad, o investidor recebeu com má vontade os nomes de Nelson Barbosa e Guido Mantega, que estiveram junto com a ex-presidente Dilma Rousseff na aventura da Nova Matriz Econômica e levaram o País a uma grave crise.

Mantega não integra o grupo econômico da equipe de transição, mas Alckmin admitiu que ele vai integrar o conselho.

Já André Lara Resende e Persio Arida como titulares são um sopro de esperança. A nomeação de Guilherme Mello (Unicamp) era previsível. O jovem economista trabalhou na campanha de Lula e mantém proximidade com Aloizio Mercadante.

Possível racha – Após o PL se posicionar como oposição ao governo Lula (PT), Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, cobra apoio de Lira para conquistar o comando do Senado, em troca dos noventa e nove votos de seu partido à reeleição do presidente da Câmara dos Deputados.

Caso contrário, a aliança que moldou a força do Centrão no Congresso (PL, PP e Republicanos) corre o risco de implodir, já que o dirigente pretende retirar o apoio a Lira se não obtiver a reciprocidade de apoio, informa o Broadcast Político.

Pressionado pelos bolsonaristas do PL, Valdemar da Costa Neto surpreendeu ontem ao dizer que espera a auditoria das Forças Armadas para reconhecer o resultado da eleição. O Ministério da Defesa entrega o resultado nesta quarta-feira (9) ao TSE.

Forças Armadas vs. urnas – No O Globo, Míriam Leitão afirma que os militares vão manter dúvidas sobre as urnas eletrônicas, e divulgarão um relatório ambíguo sobre a segurança do processo eleitoral, com pedidos de “diligências do Ministério Público”.

Banco Central – Otavio Damaso (Regulação) e Paulo Souza (Fiscalização) palestram no 12° Congresso Internacional de Gestão de Riscos, promovido pela Febraban.

Bruno Serra, diretor da instituição, afirmou que a autoridade monetária precisa trabalhar para levar as expectativas de inflação em 2024 para a meta. (Reuters)

Às 14:30, sai o fluxo cambial semanal.

Varejo – O volume de vendas do comércio varejista no país cresceu 1,1% na passagem de agosto para setembro, primeiro crescimento em cinco meses.

Na comparação com setembro de 2021, houve alta de 3,2%.

No ano, o setor acumulou aumento de 0,8%, e, nos últimos 12 meses, queda de 0,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Terra Investimentos, a maioria dos setores de varejo apresentou bom desempenho em setembro.

As vendas de "livros, jornais, revistas e papelaria" lideraram as altas, com avanço de 2,5% m/m, seguidos por "materiais de escritório" (+1,7% m/m).

Além disso, "combustíveis e lubrificantes" e "supermercados" também tiveram desempenho positivo no mês, em avanços de 1,3% m/m e 1,2% m/m, respectivamente.

Já "veículos e peças" e "material de construção" ficaram praticamente estáveis na margem.

Para os analistas, o bom desempenho das vendas de supermercados, em particular, podem já ser reflexo do pagamento, iniciado em agosto, do Auxílio Brasil aumentado para R$ 600.

Isto lança um viés positivo para o segmento no quarto trimestre do ano, enquanto este valor do Auxílio ainda se mantém garantido, dizem.

Com base nas informações disponíveis, as estimativas de Terra Investimentos para o varejo restrito em outubro são de crescimento de +2,0% m/m e +4,6% na comparação anual.

Para o varejo ampliado, aguardam crescimento de 1,5% m/m e 2,2% a/a.

Americanas – As ações de Americanas (AMER3) caíam 7,98%, ao preço de R$ 13,96 cada. O movimento negativo sucede a divulgação de um relatório do JP Morgan com projeções pessimistas para a varejista e o rebaixamento da recomendação “neutra” para “underweight” – classificação equivalente a venda.

Ministério da Economia – O Ministério da Economia projetou nesta quarta-feira uma expansão do PIB em 2023 entre 1,4% e 2,9%, acima das previsões de mercado para o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

A Secretaria de Política Econômica do ministério afirmou em um relatório que a persistência de erros de previsão para o PIB brasileiro nos últimos três anos pode indicar uma mudança na tendência de crescimento.

A atual projeção oficial do governo aponta para um aumento de 2,5% do PIB no próximo ano, dado que foi usado na proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional. (Reuters)

EUA

Eleições de meio de mandato – Os republicanos saíram na frente na disputa pelas 435 vagas na Câmara dos Representantes nas eleições de meio de mandato e, no início da madrugada, detinham 145 das vagas, contra 81 dos democratas, segundo projeções da CNN.

No Senado norte-americano, democratas e republicanos estavam empatados. A mídia dos EUA projeta vitória democrata apertada.

Fed – Dois dirigentes do Fed participam de eventos. São eles: John Williams (5:00) e Thomas Barkin (13:00).

Ásia

China – Em sinal de esfriamento da economia, a inflação ao consumidor (CPI) desacelerou o ritmo para 0,1% em outubro, de 0,3% em setembro. Na base anualizada, reduziu a alta de 2,8% para 2,1%, abaixo da previsão (2,3%).

O índice de preços ao produtor (PPI), que havia registrado um crescimento de 0,9% em setembro, caiu 1,3% em outubro.

Apesar disso, a queda foi menor do que a estimada por economistas nas agências internacionais, de -1,5%.

Com informações de Bom Dia Mercado.