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Lula sobre privatizações: 'não vamos vender a cama para dormir no chão'

Em discurso, presidente defendeu papel do Estado na economia

- Ricardo Stuckert/Divulgação
- Ricardo Stuckert/Divulgação

Em discurso proferido nesta terça-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou seu compromisso de não vender ativos públicos e defendeu o papel do Estado como um indutor da economia. O pronunciamento ocorreu diante de uma audiência composta por empresários brasileiros e estrangeiros no Brasil Investment Forum, realizado no Palácio Itamaraty.

Lula declarou: "No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para a gente dormir no chão. Não, a gente não vai vender ativos públicos. A gente vai fazer com que eles se tornem tão competitivos e que eles compartilhem relação com a iniciativa privada para que a gente possa melhorar."

O presidente enfatizou a importância de manter o Estado ativo na promoção de investimentos saudáveis para impulsionar o crescimento econômico. Ele salientou que a diminuição do Estado não é a única maneira de valorizar a iniciativa privada, reforçando que ambos podem coexistir de maneira colaborativa.

Lula também defendeu a atuação dos bancos públicos, enfatizando que eles devem fornecer incentivos para que a indústria brasileira se torne mais competitiva. Ele argumentou que durante a crise de 2008, os bancos públicos desempenharam um papel fundamental na estabilidade econômica do país. O presidente assegurou que os bancos públicos serão usados para oferecer alternativas de crédito acessível, com juros de longo prazo, para impulsionar o desenvolvimento industrial do Brasil.

O BNDES, em particular, deve retomar seu papel como um banco de investimento, conforme sua missão original, visando emprestar dinheiro a taxas de juros baixas e prazos longos para apoiar o crescimento da indústria nacional.

Lula também destacou o compromisso com a economia verde, afirmando que o Brasil possui recursos naturais e potencial para se tornar um dos maiores produtores de energia limpa e renovável do mundo. Ele mencionou a necessidade de fazer uma transição energética para promover uma revolução industrial no país.

Além disso, o presidente mencionou as reservas internacionais do Brasil, que atualmente estão em torno de US$ 350 bilhões, como um elemento de estabilidade política e econômica, apontando indiretamente para seu antecessor, Jair Bolsonaro, ao mencionar que "mesmo quando tiver um maluco governando este país, essa estabilidade garantirá que a economia não desmorone."

Lula também abordou a previsão de dificuldades na economia global em 2024, destacando a importância de um crescimento econômico acompanhado de uma distribuição de renda equitativa. Ele enfatizou que seu objetivo é fazer a economia crescer e elevar o padrão de vida da população brasileira.