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Lula vs. Bolsonaro em momentos finais, IGP-M, Aneel e PCE nos EUA: as principais notícias de hoje

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta sexta-feira (28)

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Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta sexta-feira (28):

Brasil

Ibovespa e dólar na sessão anterior

O dólar comercial encerrou a quinta-feira (27) vendido a R$ 5,307, com queda de R$ 0,075 (1,39%). O índice Ibovespa, da B3 (B3SA3), fechou aos 114.641 pontos, com alta de 1,66%.

Às 16:44, o indicador chegou a subir 2,73%, mas desacelerou nos minutos finais de negociação.

Após a divulgação de indicadores que mostram que os Estados Unidos crescerão menos no terceiro trimestre, o dólar passou a cair em todo o planeta.

A desaceleração econômica aumenta as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) diminuir o ritmo de elevação dos juros. Os investidores agora esperam alta de 0,75 ponto percentual na reunião da próxima semana e de 0,5 ponto em dezembro. (Agência Brasil e Reuters)

Eleições 2022

Reta final – Na quinta-feira (27), o mercado financeiro não gostou da “Carta para o Brasil de Amanhã”, divulgada por Lula (PT), o candidato que lidera as pesquisas. O Datafolha confirmou os outros institutos, e mostrou o petista com 53% dos votos válidos, contra 47% de Jair Bolsonaro (PL).

Entre os dados mais importantes do levantamento, Lula manteve a liderança em Minas, com 52% contra 48% de Bolsonaro. O presidente continua à frente em São Paulo (53% a 47%) e no Rio de Janeiro (56% a 44%).

Hoje (28) à noite, o debate da Rede Globo entre os dois presidenciáveis se inicia mais cedo, às 21:30.

A notícia de uma carta-compromisso de Lula causou impacto inicial nos negócios, estilingou a bolsa e derrubou o dólar, mas durou pouco. Acharam tudo muito “genérico” e os ativos logo devolveram um pico de entusiasmo.

A depender da natureza de uma contestação, pode contratar um período de turbulências muito negativo, inclusive para o mercado financeiro, que age como pragmático e quer encerrar a eleição na noite de 30 de outubro.

Na carta, o que mais interessa ao investidor veio no item 9, que cita a gestão da economia com “credibilidade, responsabilidade e previsibilidade”, uma trilogia nada nova e que Lula repete desde o início da campanha eleitoral.

Lula lembra que já governou o Brasil com responsabilidade fiscal, o que permitiu reduzir a dívida pública, controlar a inflação e acumular um expressivo volume de reservas cambiais que até hoje são fundamentais para a estabilidade da economia.

Deu algumas pistas muito por cima do que seria a política fiscal: “deve seguir regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com a emergência social e a necessidade de reativar o investimento público e privado”.

Sobre a pretendida reforma tributária, disse que ela não deve colocar o investimento, a produção e a exportação em situação desfavorável, nem deve penalizar trabalhadores, consumidores e camadas de mais baixa renda.

A carta diz ser “possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável”, em um emprego da mesma frase que tem sido repetida pelo ex-ministro Henrique Meirelles, que integra o grupo de apoio a Lula. (BDM)

Henrique Meirelles – Com estudo do Ibre-FGV, Henrique Meirelles disse para o Estadão que seria razoável um waiver de até R$ 100 bilhões para bancar novas despesas previstas para 2023. “O mercado não aceita mais do que R$ 100 bilhões.” 

Como os economistas do PT foram orientados a não falar nessa reta final da eleição, Meirelles ocupa espaço como uma espécie de porta-voz informal da campanha na área econômica, segundo o jornal.

Na quarta-feira (26), deu entrevistas ao Washington Post e ao Financial Times, enquanto nas redes sociais faz diversas postagens sobre temas de política econômica, e manifesta confiança na responsabilidade fiscal de um governo do PT.

Meirelles disse que “não há compromisso de Lula com nomeação para cargos”, caso vença a eleição. O seu nome, porém, está na bolsa de apostas para um eventual Ministério da Fazenda. E o mercado adoraria. (BDM)

Encontro do presidente Bolsonaro com Thiago Nigro – Ao meio-dia, Thiago Nigro, mais conhecido como o Primo Rico, recebe o presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma live em seu instagram. Acompanhe a cobertura da entrevista aqui na SpaceMoney.

Inserções – O deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), defendeu a ideia de adiar as eleições. De acordo com o parlamentar, a medida permitiria ao seu pai uma "reparação" por conta das supostas irregularidades na veiculação de propaganda em rádios.

A campanha de Bolsonaro alega – sem provas, de acordo com o TSE, e também contestadas pelas rádios -, que emissoras do Norte e do Nordeste teriam veiculado mais peças de publicidade do petista Luiz Inácio Lula da Silva do que do presidente.

Indicadores Econômicos

IGP-M – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) cai 0,97% em outubro, após queda de 0,95% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 5,58% no ano e de 6,52% em 12 meses. Em outubro de 2021, o índice havia subido 0,64% e acumulava alta de 21,73% em 12 meses.

Confiança de comércio e serviços – Os índices de Confiança do Comércio e dos Serviços recuaram de setembro para outubro deste ano, segundo informações divulgadas hoje (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Comércio (Icom) teve queda de 3,8 pontos no período e chegou a 98 pontos, em uma escala de 0 a 200, menor nível desde julho deste ano.

As seis atividades do setor do comércio pesquisadas pela FGV tiveram queda na confiança. O Índice da Situação Atual, que mede a percepção do empresariado em relação ao presente, caiu 3,4 pontos e chegou a 102,3, o menor nível desde maio. O Índice de Expectativas cedeu 4,1 pontos e atingiu 93,8, menor nível desde julho.

O Índice de Confiança dos Serviços (ICS) perdeu 2,6 pontos no período e chegou a 99,1, o menor nível desde junho (98,7 pontos). O Índice da Situação Atual caiu 1,8 ponto, para 100, e o Índice de Expectativas, 3,5 pontos, para 98,2. (Agência Brasil)

Aneel

No fim da tarde, a Aneel solta a bandeira tarifária de novembro, hoje verde, sem custo adicional na conta de luz. (BDM)

Banco Central

No câmbio, o Banco Central (BC) inicia a rolagem dos contratos de swap que vencem em dezembro, com a oferta de até 16.000 contratos (US$ 800 milhões).

O BC espera rolar todo o estoque, de 302.380 contratos (US$ 15,1 bilhões). 

Governo Central

O pagamento de dividendos da Petrobras e a arrecadação recorde fizeram as contas públicas registrarem, em setembro, o segundo maior resultado positivo da série histórica para o mês.

No mês passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit primário de R$ 10,954 bilhões.

Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 847,6 milhões. (Agência Brasil)

DBGG

A devolução de R$ 45 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional e o aumento da arrecadação deverão fazer o endividamento do governo fechar o ano em queda, disse na quinta-feira (27) o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle.

Segundo ele, a Dívida Pública Bruta do Governo Geral (DBGG) deve encerrar 2022 em 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país), contra 80,3% em 2021. (Agência Brasil)

Fundo Amazônia

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou na quinta-feira (27) maioria de votos para determinar a reativação do Fundo Amazônia, criado para captar recursos e financiar medidas de proteção ao meio ambiente na região.

Apesar do entendimento, o julgamento ainda não terminou e será retomado na próxima quinta-feira, dia 3 de novembro. (Agência Brasil)

Pronampe

O prazo das linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) passou de 48 para 72 meses.

Os juros passarão a ser definidos pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia.

Até agora, as linhas do Pronampe seguiam a Taxa Selic (juros básicos da economia) mais 1,25% sobre o valor contratado, para financiamentos concedidos em 2020, ou Selic mais 6% sobre o valor contratado, para financiamentos concedidos a partir de 2021.

As mudanças não valem apenas para os futuros contratos. A medida provisória autoriza a renegociação e a prorrogação das operações de crédito atuais nas condições estabelecidas pela Sepec. Segundo o Ministério da Economia, os juros não serão alterados, mas passam a ser regulados pela pasta.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que as mudanças pretendem reequilibrar os financiamentos e recuperar a capacidade de investimento dos tomadores, que passaram a ter dificuldades em quitar os financiamentos após o aumento da taxa Selic, que saltou de 2% ao ano em março de 2021 para 13,75% em agosto deste ano.

“Almeja-se também, no contexto de deterioração do endividamento das empresas em função da recente subida das prestações atreladas à Taxa Selic, a preservação das empresas de pequeno e médio porte afetadas pelas medidas sanitárias de combate à covid-19, a manutenção dos empregos e a redução da demanda de amparo por trabalhadores desempregados, assim como a retomada econômica mais rápida no pós-covid”, diz o comunicado. (Agência Brasil)

Ministério do Meio Ambiente

Substituir veículos antigos e mais poluentes por outros mais novos e que emitem menos gases. Esse foi o objetivo do programa Frota Mais Verde, recém lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, entrevistado do programa A Voz do Brasil de quinta-feira (27), nosso país tem mais de 2,3 milhões de caminhões e cerca de 900 mil tem mais de 30 anos.

A frota de veículos leves tem cerca de 45 milhões de automóveis e cerca de 26 milhões são anteriores a 2013, disse o ministro.

A iniciativa disponibiliza bônus para quem sucatear o veiculo com mais de 30 anos por meio da criação de um fundo garantidor com juros mais baratos para que a pessoa possa comprar um veículo mais moderno, menos emissor e com menos impacto ambiental. (Agência Brasil)

Covid-19: Brasil

O Ministério da Saúde informou, na quinta-feira (27), que o Brasil registrou, desde o início da pandemia, 687.962 mortes por covid-19. Segundo boletim epidemiológico divulgado pela pasta, o número total de casos confirmados da doença chega a 34.815.258.

Em 24 horas, foram registrados 8.183 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 55 mortes de vítimas do vírus. (Agência Brasil)

EUA

O Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação mais utilizado pelo Federal Reserve, vai ser divulgado nesta sexta-feira às 9:30 (horário de Brasília). O indicador avançou 0,5% em setembro na comparação mensal, e 5,1% na comparação anual.

(Reuters)

Balanços como o da Amazon (NASDAQ:AMZN) movimentarão os negócios nesta sexta-feira (28). 

Twitter – Um dia antes do deadline para o fechamento do acordo de compra da plataforma, Elon Musk escreveu em seu perfil na rede social que finalizou a aquisição, após seis meses de negociação. Oficialmente, o Twitter não se manifestou.

Em carta direcionada aos anunciantes, Musk disse que a compra era uma “tentativa de ajudar a humanidade”, porque as pessoas devem se expressar na internet como uma “praça digital”, mas que a rede não vai se tornar um “inferno sem leis”.

Fontes da CNBC dizem que Musk já assumiu ontem a chefia e demitiu os executivos de alto escalão da rede social. (BDM)

Há pouco, foi publicada a demissão de Vijaya Gadde, executiva responsável pela suspensão permanente do ex-presidente republicano Donald Trump da rede social.

Ásia

China – O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou fortemente para baixo as previsões de crescimento deste ano para a região da Ásia-Pacífico devido à desaceleração econômica “brutal e incomum” na China.

No segundo trimestre, o PIB da segunda maior economia do mundo desacelerou, e avançou apenas 0,4% em relação ao ano anterior, seu pior desempenho desde 2020. No terceiro trimestre conseguiu se recuperar até crescer 3,9%.

Apesar de seus impactos econômicos, o presidente Xi Jinping insistiu em suas razões para continuar com essa política, que contrasta com a maioria dos países, onde as autoridades suspenderam as restrições e optaram por conviver com o vírus.

As consequências das medidas sanitárias se somam a uma crise sem precedentes no setor imobiliário, motor histórico de crescimento da China.

Esta indústria, que juntamente com a construção representa um quarto do PIB nacional, encontra-se em dificuldades devido às medidas adotadas por Pequim em 2020 para reduzir a sua dívida.

As vendas imobiliárias recuam em muitas cidades depois de anos de crescimento vertiginoso, e muitos promotores lutam para sobreviver, já que alguns proprietários se recusam a pagar suas hipotecas de casas inacabadas. (AFP)

Japão – O banco central japonês deixou a taxa de curto prazo para depósitos em -0,1%, e a meta do rendimento do título público local (JGB) de 10 anos em cerca de zero. A instituição informou ainda que vai continuar com a política de controle da curva de juros (YCC, na sigla em inglês) enquanto for necessário para manter a inflação ao redor de 2%.

Apesar do contínuo afrouxamento monetário, o BoJ aumentou a previsão para o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Japão no ano fiscal de 2022, de 2,3% a 2,9%. Para 2023, a projeção do núcleo do CPI, que exclui alimentos, foi revisada de 1,4% para 1,6%.

A instituição cortou a estimativa para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) japonês em 2022 (de 2,4% a 2,0%) e em 2023 (de 2,0% a 1,9%).

O contraste entre a postura frouxa do BoJ e o arrocho monetário no restante do mundo tem penalizado o iene, que recentemente chegou a cair ao menor nível em 32 anos ante o dólar. (O Estado de S.Paulo)

O país prepara um plano de US$ 200 bilhões contra a inflação. (AFP)

Europa

Na quinta-feira (27), o Banco Central Europeu (BCE) elevou novamente suas taxas de juros em 75 pontos-base. A autoridade monetária disse esperar aumentar ainda mais as taxas para assegurar que a inflação retroceda à meta de médio prazo de 2%.

Alemanha – O Produto Interno Bruto da Alemanha cresceu 0,3% entre julho e setembro em relação ao trimestre anterior.

Rússia – O banco central da Rússia manteve sua principal taxa de juros em 7,5% nesta sexta-feira, e encerrou um ciclo de corte.

Análise: Criptomoedas – 28.10

Por Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management:

Após ter subido por dois dias seguidos e depois de cerca de US$ 1 bilhão em posições short serem liquidadas, o preço do BTC corrigiu ontem e hoje amanhece em leve queda, cotado aos US$ 20.160.

A movimentação recente de alta acompanhou a melhora de humor nos mercados globais, que desde a última sexta-feira teve um driver que levou o mercado a acreditar em uma mudança de narrativa por parte do FED. 

Uma matéria no WSJ relatou que há a possibilidade de membros do FED estarem começando a ver a necessidade de uma diminuição do tom em relação ao processo de ajuste monetário, pois uma continuação poderia levar os mercados a sentirem um impacto mais forte do que o desejado. 

Há a expectativa agora de que, após a possível alta de 75 pontos no dia 2/11, o FED não repita a dose em dezembro, mas suba 50 pontos a taxa de juros. 

A narrativa de um “pivô” foi fortalecida depois que o banco central do Canadá elevou a taxa de juros em 50 pontos e não 75 p.p. como era esperado. 

Essa possibilidade de uma mudança de postura do Fed terá chances de ser concretizada conforme os dados de atividade, consumo e confiança darem sinais claros da efetividade do processo de ajuste monetário.

Porém, o bear market ainda não pode ser dado como terminado, pois caso a inflação dê novos sinais de resiliência é possível que novas quedas ocorram.