A maioria dos suspeitos pela onda de atentados no Sri Lanka está morta ou foi detida. A garantia foi dada neste domingo (28) pelo primeiro-ministro cingalês, Ranil Wickremesinghe. Em comunicado, ele afirmou que as forças de segurança estão concluindo as investigações e as ações contra os islamistas radicais ligados aos atentados do último dia 21.
Uma semana depois da onda de violência que atingiu hotéis e igrejas da ilha no Oceano Índico, o primeiro-ministro garante que o país está pronto para “voltar à normalidade”. Ele declarou que os atentados, que deixaram 253 mortos, foram realizados por um “grupo pequeno, mas bem organizado”.
“A maior parte dos seus membros foram detidos. Alguns foram mortos”, acrescentou. “Agora, estamos prontos para voltar à normalidade”, garantiu. Ranil Wickremesinghe anunciou ainda o endurecimento da lei contra os extremistas islâmicos e a expulsão de mestres de religião estrangeiros em situação irregular no país.
“Vários estrangeiros trabalham como professores no nosso país sem visto de trabalho. Após consulta com o ministério dos Assuntos Religiosos muçulmanos e o Ministério do Interior, iremos expulsá-los”, prometeu. Ele, no entanto, não especificou número ou nacionalidades.
As autoridades afirmam que, no Sri Lanka, há cerca de 140 partidários do grupo Estado Islâmico, que reivindicou a autoria os atentados. Uma centena de pessoas foi detida na última semana.
Pelo menos três homens-bomba, incluindo Zahran Hashim, considerado o líder do grupo extremista NTJ, suicidaram-se na sexta-feira (26) durante uma operação antiterrorista das forças de segurança cingalesas, contra o seu reduto no leste do país. A operação vitimou ao todo 15 pessoas, incluindo seis crianças, mortas nas explosões suicidas.
Missas canceladas
Pelo menos 40 estrangeiros morreram nos atentados a três hotéis há uma semana. A indústria do turismo, atualmente uma das maiores fontes de renda do Sri Lanka, sentiu os efeitos imediatos.
Três igrejas católicas foram igualmente alvo dos homens-bomba durante a celebração do Domingo de Páscoa. Esses locais registraram o maior número de mortos.
Temendo novos ataques, as autoridades eclesiásticas do Sri Lanka suspenderam a celebração da Eucaristia nas igrejas de todo o país. Apesar disso, centenas de fiéis reuniram-se para rezar em memória das vítimas diante da Igreja de Santo António, uma das mais afetadas pelos atentados.
Apenas o arcebispo de Colombo, o cardeal Malcolm Ranjith, celebrou missa neste domingo, transmitida ao vivo pela televisão e à qual assistiu um pequeno grupo de personalidades, incluindo o primeiro-ministro.
Na homilia, o prelado denunciou os ataques como “um insulto à humanidade”, realizados em nome de Deus, quando este é “bom” e “rejeita” a violência. Malcom Ranjith fez um apelo pelo respeito à “diversidade”.
* Com informações da RTP, emissora pública de televisão de Portugal