Avaliação

Maioria dos seguros de vida têm boa qualidade e custo acessível, diz Proteste

Associação realizou estudo com vinte e um planos individuais de onze corretoras e constata que seguros estão em conta, principalmente pelos benefícios

- Rawpixel.com/ Freepik
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Contratar um seguro de vida não costumava estar entre as prioridades dos brasileiros, mas isso tem mudado, e o mercado cresceu com a pandemia do novo coronavírus. Tradicionalmente, seguros não cobrem pandemias, apenas abriram exceção para a Covid-19.

De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor movimentou R$ 7,6 bilhões no ano passado, contra R$ 3,5 bilhões, em 2018 – um aumento de mais de 115% em dois anos e a maior arrecadação em uma década.

A Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, realizou em fevereiro deste ano um estudo em que analisou vinte e um planos individuais, de onze seguradoras, e constatou que clientes podem economizar até R$ 2.503,08 por ano, na comparação do Generalli/Univida/Proteste (R$ 1.307,88/ano), com o Mag Seguros (R$ 3.811,68 ao ano) – o mais caro da amostra.

Valor depende das coberturas

Os seguros são compostos por dois tipos de coberturas: a básica e as complementares. A primeira é de contratação obrigatória e garante aos beneficiários a indenização em caso de morte, natural ou acidental, do titular da apólice. As outras, como invalidez por doença funcional e assistência funeral, podem ser contratadas em conjunto com a básica, mediante pagamento adicional, ou em pacotes predefinidos por algumas seguradoras.

Mas atenção: quanto mais coberturas, maior o valor do prêmio mensal do seguro.

O valor também varia conforme o perfil do consumidor, o teste criou dois cenários para o estudo sobre seguro de vida: uma vendedora autônoma e um casal de advogado e médica, todos entre 45 e 55 anos de idade. E, para cada um, foram definidos três valores de indenização: R$ 50 mil, R$ 75 mil e R$ 100 mil.

Na análise, a Proteste considerou como coberturas básicas a de morte e a de invalidez permanente por acidente, além de coberturas complementares. "Isso é o mínimo que nossos associados devem contratar, para terem ainda mais segurança", afirma Rodrigo Alexandre, especialista da Proteste.

Maioria dos produtos foi bem avaliada

No critério cobertura básica, todos os produtos listados na tabela foram bem conceituados, pois ofereciam 100% do capital segurado (indenização). Mas houve variações na avaliação das coberturas complementares.

Na análise das coberturas de invalidez por doença funcional e de doenças graves, a Generalli/Univida – Proteste (Vida Proteção Familiar e Vida Proteção Individual), a Liberty (Vida Perfil), a MAG Seguros (Vida Individual), a Sompo (Vida Individual e Vida Top Mulher) e a SulAmérica (Vida Individual e Vida Mulher) receberam as melhores avaliações.

Já no critério morte do cônjuge, os destaques foram Sompo (Vida Individual), Generalli /Univida – Proteste (Vida Proteção Familiar), Metlife (Seguro de Vida Individual) e Mapfre (Vida Você Multiflex).

Atenção às exclusões

Tão importante quanto as coberturas é saber quais são as exclusões, ou seja, os itens não cobertos previstos no contrato. As mais comuns são ligadas a sinistros decorrentes de guerra, fenômenos da natureza, doenças preexistentes não declaradas na contratação, prática de atos ilícitos, suicídio e suas tentativas nos dois primeiros anos de vigência do contrato.

Sinistro é o evento que aciona o seguro. Até o ano passado, pandemias e epidemias também costumavam ficar de fora. Mas a maioria das seguradoras do mercado estão cobrindo a pandemia do coronavírus.

Deve-se também prestar atenção onde e com quem a transação será feita. Há dois caminhos para a contratação de um seguro de vida: diretamente com a agência bancária ou por meio de corretor. Nesta opção, é preciso checar se o profissional é habilitado pela Susep. Se estiver tudo certo, o processo é simples. O consumidor preenche a proposta e, em alguns casos, a Declaração Pessoal de Saúde (DPS).

"A seguradora tem 15 dias para dizer se aceita ou não fazer o seguro. Se ela não se manifestar dentro desse prazo, está aceito automaticamente. Mas, do contrário, precisa explicar a recusa", esclarece o especialista.

Novidade no mercado

Recentemente, o Nubank lançou um seguro de vida digital, personalizado e com preço médio inicial de R$ 9 mênsais. Ele não fez parte do estudo comparativo, mas a Proteste o analisou.

O produto oferece quatro coberturas: invalidez por acidente, assistência funeral do titular ou beneficiário (de forma adicional), hospitalização por acidente e morte – a empresa só exige carência, de três meses, para a última.

O novo produto se restringe aos correntistas do banco, o capital assegurado é de R$ 150 mil, no máximo, e só pode ter um seguro – no mercado tradicional, contrata-se quantos desejar.