Imagine viver sem água potável. Agora pense em passar por uma pandemia sem isso. É assim que 34 milhões de brasileiros vivem. Outros 100 milhões não têm acesso à rede de esgoto, segundo dados de 2018 do (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
Resolver esse problemão exige recursos que o Estado não tem, ainda mais frente à questão fiscal piorada pelas medidas de emergência com a pandemia, diz Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.
“O marco regulatório do setor de saneamento flexibiliza a concorrência e pode trazer eficiência para o setor”, diz a especialista, referindo-se à nova legislação aprovada pelo Senado Federal no dia 24 de junho. Entre as metas, está a universalização dos serviços até 2033 — ou seja, fazer com que água tratada e esgoto cheguem àqueles milhões de que falamos lá em cima.
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Esse novo marco também tem potencial para trazer mais segurança jurídica ao setor, atraindo investimentos estrangeiros. “Hoje são mais de 52 agências que regularizam esses serviços”, conta Paloma. “Caso a legislação seja aprovada, as diretrizes ficarão centralizadas na Agência Nacional de Águas”.
E o seu dinheiro?
Além de poder melhorar os serviços para os consumidores finais, ou seja, nós, o marco também pode valorizar a sua carteira de ações. Na B3, há 3 companhias do setor hoje: Sabesp, Copasa e Sanepar. A empresa paulista, por exemplo, subiu 11% em junho, enquanto as ações da paranaense tiveram alta de mais de 20% no acumulado mensal.
“Mas é preciso tomar cuidado, pois há um excesso de otimismo aí”, alerta a economista da Toro. “As coisas só devem sair do papel a partir de março de 2022”.
Se você tem horizonte de longo prazo, deve ficar atento à votação, mas sem se preocupar com os preços de agora, já que empresas dessa área têm muito espaço para crescer nos próximos anos. “É um setor defensivo, assim como as elétricas, então, em uma carteira básica, não pode faltar uma companhia de saneamento”, diz Paloma.
E, se você quer entrar agora, a especialista vê a Sanepar como uma boa opção. Apesar de a Sabesp estar na mira da privatização, com as sinalizações do governo de São Paulo, a companhia paranaense alia um pagamento de dividendos acima da média com um bons múltiplos.
“No 1º trimestre, a Sanepar teve alta de 17% no lucro, enquanto a Sabesp amargou prejuízo”, lembra Paloma Brum. “Além disso, temos preço-alvo para a empresa em R$ 41 — hoje a unit está na faixa dos R$ 33, o que mostra o espaço para crescer”.