As ações do Itaú Unibanco estão em forte queda hoje na B3 após a divulgação do resultado de 2018, que trouxe um lucro líquido recorrente de R$ 25,7 bilhões, com crescimento de 3% sobre o ano anterior. Apesar do retorno de 21,9% sobre o patrimônio, os investidores estão vendendo as ações, que recuam 4,99%, para R$ 37,71, a maior perda do Índice Bovespa, que recua também, 0,92%, para 97.681 pontos. A explicação para a queda forte das ações é que o mercado considerou modestas as projeções do banco para este ano, com crescimento de 8% a 11 % da carteira de crédito, enquanto o concorrente Bradesco estima crescer de 9% a 13%.
Para Felipe Bevilacqua, gestor, e Eduardo Guimarães, especialista em ações da consultoria independente Levante, o resultado do Itaú foi “regular” no último trimestre, com lucro líquido de R$ 6,65 bilhões, 2 por cento abaixo da expectativa dos analistas. O principal destaque negativo ficou por conta do crescimento das despesas operacionais, com alta de 5% em 2018, acima do esperado pelo banco. A explicação foi o aumento da concorrência na área de adquirência de cartões de crédito, com a entrada de empresas como PagSeguro e outras oferecendo maquininhas grátis, o que obrigou o Itaú a aumentar os investimentos para recuperar mercado, como explicou o presidente do banco, Cândido Bracher, em entrevista coletiva hoje.
A previsão de crescimento do crédito também frustrou os analistas da Levante, que esperavam uma queda das ações, já que o resultado já estava parcialmente nos preços. “As previsões divulgadas para o ano de 2019 indicam que não haverá revisões para cima no resultado do Itaú para o ano, o que poderá frustrar os investidores no curto prazo”, disse.
Além disso, o Itaú apresentou um ritmo de crescimento da carteira de crédito um pouco mais lento do que os seus principais concorrentes: Santander e Bradesco. Mas a rentabilidade é mais alta, com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21,8% no trimestre (19,7% para o Bradesco).
Oportunidade de compra
Já a XP Investimentos diz que o resultado do Itaú ficou um pouco abaixo das expectativas, mas as projeções são otimistas, especialmente com relação ao aumento da margem financeira. “Vemos o Itaú como uma história atrativa para 2019, com promissora perspectiva de crescimento de lucros e características defensivas relevantes (diversificação na LatAm, dividendos, excesso de capital)”, diz a XP. A corretora diz que reitera a recomendação de Compra e Preço-Alvo de R$ 45,00.
Principal escolha no setor financeiro
Para o BB Investimentos, o Itaú apresentou um resultado trimestral neutro, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado. E mesmo a projeção para 2019 foi mais conservadora que a do concorrente Bradesco. Mesmo assim, o BB Investimentos mantém a visão otimista para a empresa. “Mantemos a recomendação de preço-alvo de R$ 45,00 no fim deste ano para a ação e Outperform”, ou seja, compra, ou desempenho acima do mercado. Segundo o banco de investimentos, a ação do Itaú continua sendo a principal escolha no setor financeiro brasileiro.
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