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Mercado pode interpretar como abandono do arcabouço, caso meta fiscal mude, diz presidente do BC

Para Roberto Campos Neto, será muito mais difícil estimar realmente como as despesas fiscais serão em 2025 e 2026, se houver alteração

- Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
- Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que mudar a meta fiscal para 2024, nesse momento, geraria “muita incerteza”, o que pode levar o mercado a interpretar que o arcabouço fiscal foi “abandonado” pelo governo.

“A nossa visão é que a meta fiscal já tem muitas previsões para quando você não conseguir cumprir a meta. Portanto, alterar a meta neste momento geraria muita incerteza”, comentou o economista, em evento em Nova York, na última quarta-feira (8).

Para ele, caso não tenha uma meta, as pessoas poderão interpretar que o arcabouço fiscal foi abandonado e será muito mais difícil estimar realmente como as despesas fiscais serão em 2025 e 2026. 

As declarações do presidente do Banco Central vão ao encontro das discussões do Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião na última semana.

A possibilidade de mudança na meta fiscal foi comentada pelo presidente Lula (PT) no último dia 27. Segundo o presidente, “dificilmente” o governo alcançará a meta de déficit zero nas contas em 2024.

Inicialmente, o governo cogita mudar a meta para um déficit em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), no lugar de déficit zero, segundo o blog do Gerson Camarotti.