Com menos de dois anos em operação, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), já se tornou o segundo meio de pagamento mais utilizado no Brasil – atrás apenas do dinheiro.
Entretanto, esse modelo requer alguns cuidados porque facilmente atrai criminosos cada vez mais experientes. Inclusive nos fins de semana e feriados, já que a ferramenta não gera custo algum para pessoas físicas.
Com isso, a facilidade se popularizou em pouco tempo e também utilizada em datas comerciais, como o Mês do Consumidor, conhecidamente como a “Black Friday do primeiro semestre”.
De acordo com pesquisa da ClearSale (CLSA3), empresa que oferece soluções antifraude, houve um prejuízo de R$ 5,8 bilhões no e-commerce em 2021 causado por fraudes no comércio eletrônico.
Desta forma, o principal desafio em datas sazonais se tornou a segurança.
Confira algumas dicas para saber como se proteger, evitar dores de cabeça e prejuízos financeiros durante o Mês do Consumidor:
Desconfie de ofertas imperdíveis
Os golpes através do Pix estão cada vez mais sofisticados, por isso faça a conferência de todas as informações.
Cuidado com links que chegam de desconhecidos por meio de redes sociais, Whatsapp, e-mail ou SMS e que pedem cadastro ou oferecem brindes e descontos.
Desconfie de ofertas mirabolantes ou promoções imperdíveis, estas podem direcioná-lo a sites falsos para coleta de dados pessoais e aplicação de golpes.
“Uma das formas mais utilizadas pelos golpistas, atualmente, é o chamado phishing, ou pescaria digital. Por meio de links que levam a uma página falsa na internet, comumente muito parecida com a de uma loja conhecida ou até mesmo um banco, criminosos roubam senhas e dados pessoais dos consumidores para realização de compras e transferências eletrônicas”, explica Andrew Martinez, CEO da HackerSec, empresa de cibersegurança.
Além disso, como o PIX é uma forma de pagamento irreversível, é importante verificar se o CNPJ da chave corresponde ao estabelecimento correto.
“Pesquise por referências na internet, em sites como o ReclameAQUI ou Consumidor.gov.br, verifique se o nome e CNPJ do recebedor do PIX é, de fato, a empresa de onde você está comprando e, sobretudo, desconfie de PIX para pessoas físicas e MEIs”, alerta Ariane Pelicioli, CEO da iUPay, fintech acelerada pelo InovAtiva Brasil.
Mantenha o pagamento na plataforma de e-commerce
Caso esteja comprando em uma loja online ou marketplace, é fundamental que a compra seja finalizada no mesmo lugar, seja no site ou app. Desta forma, há garantia de ressarcimento caso o produto não seja entregue.
Se o vendedor pedir para finalizar a transação em outro ambiente ou para transferir o dinheiro, desconfie.
"O Pix ajudou a melhorar nossa experiência na hora da compra, principalmente online. Ele trouxe mais agilidade e inclusão para os variados tipos de usuários brasileiros. Entretanto, a facilidade também chega aos fraudadores, que agora têm mais uma ferramenta para alimentar seus esquemas fraudulentos, por isso, é preciso estar sempre atento" explica Ralf Germer, CEO da PagBrasil, fintech de soluções de pagamentos digitais otimizadas para o mercado brasileiro.
Coloque um limite para suas transações
Para garantir mais segurança por meio do Pix, o Banco Central determinou novas regras, entre as principais delas, diminuir o valor do limite de transação no período noturno.
Mesmo assim, ter um limite alto pode ser perigoso para os usuários, mesmo que haja a intenção de fazer alguma transação de alto valor.
“Por mais que o Pix seja um novo sistema de pagamento, é seguro utilizá-lo. Mas você precisa ficar atento aos dados de quem vai receber a transferência antes de confirmar a transação. Assim, você evita cair em golpes que pedem dinheiro com o nome de uma pessoa, mas usam a conta bancária com dados diferentes. Outra dica é não ter um limite alto de transferências por Pix. Se o valor que precisa transferir for mais alto que o seu limite, negocie para fazer duas transferências. Esses cuidados vão te auxiliar a evitar prejuízos financeiros”, comenta Alberto André, CEO do Plusdin, fintech e portal de produtos e serviços financeiros.
Fique atento a rede de internet que você usa
Economizar o pacote de dados móveis através de redes públicas é uma facilidade encontrada em diversos estabelecimentos e locais públicos.
No entanto, essa economia pode sair bem cara, isso porque se conectar a um Wi-Fi de uso coletivo faz com que o usuário se exponha de um jeito perigoso e acessar a conta bancária, por exemplo, aumenta ainda mais a exposição.
“Para que estejamos sempre com nossos dados protegidos, o ideal é usar o aplicativo do banco com o próprio pacote de dados ou uma rede de wifi de uso privado”, recomenda Eduardo Tardelli, CEO da upLexis, empresa especializada em mineração de dados.
Cuidado com contas falsas
O QR Code é uma importante ferramenta para reduzir o trabalho do consumidor: já estará disponível o destino da transação e o valor do pagamento.
Apesar de reduzir em alguns segundos o processo, é preciso se certificar que o valor está correto assim como o destino do pagamento – antes de concluir a operação.
Paulo Castro, CEO e cofundador do Contbank, fintech especializada em produtos para PMEs, alerta que algumas pessoas aumentam o valor ou usam o QR Code para direcionar o consumidor para uma conta falsa.
Com informações de Piar Comunicação.