Mesmo com um período de crise duradoura no mundo inteiro, inclusive no Brasil, estamos vendo uma redução nas dívidas e gastos no cartão de crédito pelos brasileiros.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), isso é reflexo da retirada de algumas restrições impostas pela pandemia ao mercado de trabalho e da implementação de medidas temporárias de suporte à renda.
Relacionadas a essas medidas e resultado positivo estão as antecipações do 13º salário, os saques extraordinários no FGTS e o aumento no Auxílio Brasil.
Endividamento familiar
Feita pela CNC e divulgada na últimaquinta-feira (7), a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) indica que o percentual de famílias que mostraram ter dívidas a vencer diminuiu em 0,1 ponto entre maio e junho deste ano, chegando a 77,3% dos lares brasileiros.
Esses pagamentos incluem contas relacionadas a cartão de crédito, cheques pré-datados, créditos consignados, empréstimo pessoal, carnê de loja, prestações de carro e de casa, entre outras. O lado positivo é que, em relação a julho do ano passado, a proporção de endividados apontou a sua menor alta em nove meses: 7,6%.
Assim como no mês de maio, esse grupo caiu nas duas faixas de renda em junho, apresentando maior intensidade na queda acumulada nos dois últimos meses entre as famílias com renda menor, com 0,5%.
O segundo recuo na proporção de endividados ocorreu em junho, liderado pelas
mulheres. Isso porque elas viram uma redução de 0,7 entre maio e junho, enquanto os
homens viram um aumento de 0,3 p.p. Mesmo assim, na comparação anual o aumento na proporção de endividados foi maior entre as mulheres com 10,5%) fazendo com que elas sejam o grupo com mais dívidas atualmente.
Cartão de crédito
Não se pode negar que o cartão de crédito traz muitas facilidades para o consumidor, principalmente quando ele possui um nível de inteligência financeira que o proíbe gastar mais do que já tem na conta corrente.
Por exemplo, esse método de pagamento permite o acúmulo de milhas, ganho de cashback, a possibilidade de parcelamento sem juros de grandes compras, entre outros. Além disso, ele é um dos métodos mais aceitos, tanto por estabelecimentos físicos quanto virtuais, incluindo lojas de aplicativos e opções de cassino que aceita cartão de crédito, permitindo que o jogador se divirta enquanto aproveita o lado bom desta forma de pagamento.
Porém, quem tem dificuldades em controlar os gastos no cartão pode aproveitar outros métodos nessas casas de jogatina, como boleto, depósito e carteiras virtuais, por exemplo – sabendo que, com qualquer um deles, é possível ter acesso a promoções e bônus de boas vindas atrativos.
Uma estatística positiva encontrada pela Peic em relação aos cartões de crédito é o fato de que o número de famílias com dívidas relacionadas a eles diminuiu pela segunda vez no mês de junho, em 1,9 p.p. Este movimento ocorreu nos dois grupos de renda, aqueles que ganham menos e aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos)
No entanto, vale ressaltar que 86,6% dos endividados têm débitos com este meio de pagamento. Já as famílias com uma renda maior viram a primeira redução no índice de dívidas no cartão em 11 meses de alta.
A grande maioria dos consumidores com até 35 anos de idade (88,5%) possuem
débitos com o cartão. Em seguida vêm os carnês (18,3%) e financiamentos de carro
(10,8%). No mês de junho do ano passado, estes números eram 81,8%, 17,5% e 11,9%,
respectivamente – ou seja, se viu uma queda apenas nos financiamentos.
Mercado de trabalho
Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda geral no endividamento demonstra que o mercado de trabalho vem melhorando. “Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão”, explicou.