O BTG Pactual elevou o preço alvo da Minerva (BEEF3) de R$ 13 para R$ 20/ação, um potencial de valorização de 56%.
Em seu relatório, que manteve a recomendação de compra, o BTG explica que, embora a tese de valor para nomes de proteínas tem normalmente significado se aproveitar do ciclo, o caso da Minerva vai além.
"O ciclo está prestes a melhorar, principalmente no Brasil, onde a retenção de vacas reprodutoras acaba de atingir seu nível mais alto em duas décadas. Vemos também os mercados de exportação com uma dose mais forte de otimismo. Com as vendas expandindo a um CAGR de 25% nos últimos dois anos, nossa visão é que as margens melhorarão em cima de receitas ainda mais fortes, contribuindo para uma história de crescimento de LPA ainda mais consistente".
Conforme o documento, assinado pelos analistas Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Bruno Lima, por mais cautelosas que as análises tenham sido com os produtores de alimentos devido aos preços mais altos das soft commodities, a carne bovina ocupa um lugar especial nesse processo.
A produção de carne bovina não é verticalmente integrada, onde é mais fácil repassar os custos mais altos do gado para os preços da carne bovina. Outras proteínas devem ficar relativamente mais caras à medida que os produtores trabalham para repassar os custos mais altos dos grãos aos preços.
Carne bovina como o próximo minério de ferro
"O consumo de carne bovina está aumentando, impulsionado por uma classe média global emergente, especialmente na Ásia. O PCC continua baixo e vemos muito espaço para a demanda continuar crescendo, reforçando ainda mais nossa tese de que os preços da carne bovina permanecerão firmes, apesar de já terem aumentado significativamente nos últimos anos. Enquanto isso, a América do Sul emergiu como o principal fornecedor marginal para esse mercado em crescimento, tendo crescido 59% nos últimos oito anos e hoje respondendo por 40% do comércio global de carne bovina".
Na elevação do preço-alvo, o BTG diz estar incorporando receitas mais fortes de 2021 nas estimativas, juntamente com expectativas de alguma recuperação de margem a partir deste ano.
"Estamos agora 4%/7% acima do consenso de EBITDA 2021/22, o que deve reforçar o momentum dos lucros da Minerva nos próximos trimestres".
Porém, o alerta é de que a Minerva está sujeita a negociações governamentais, sanções de países importadores, restrição de demanda por doenças animais e imposição de tarifas de alguns países. Além disso, a volatilidade nos custos do gado pode impactar as margens da empresa no futuro.