Nesta segunda-feira (27), o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que a Uber propôs a inclusão dos encargos previdenciários dos motoristas associados nas tarifas cobradas aos clientes da plataforma. As informações são da CNN Brasil.
Durante as negociações com motoristas por aplicativo para regular as atividades dos trabalhadores, a empresa teria apresentado essa demanda, conforme relatado pelo ministro.
O impasse entre os sindicatos das empresas e das plataformas de entrega iniciou-se na redação da minuta do projeto de lei destinado a regulamentar a relação entre os envolvidos.
Embora um acordo tenha sido alcançado pelas partes, Marinho enfatizou que qualquer alteração na redação da proposta poderia ocasionar problemas. Foi neste momento que a Uber teria sugerido a inclusão dos encargos previdenciários nos valores cobrados aos clientes.
Durante a abertura dos debates na Semana Nacional de Promoção da Negociação Coletiva, o ministro criticou a postura da empresa, afirmando que esta deseja transferir toda a responsabilidade financeira para o cliente, sem assumir compromissos. Ele ressaltou a importância da empresa assumir sua responsabilidade e não agir como se fosse um ente invisível.
Marinho também abordou a situação das plataformas de entregas de comida, mencionando que não houve acordo devido à alegação das empresas de que o valor solicitado pelos trabalhadores não se adequava ao modelo de negócios.
Ele expressou críticas ao modelo de trabalho que paga salários mínimos considerados insuficientes e citou uma empresa que declarou não ter condições de pagar sequer o salário mínimo.
O governo federal havia instituído um Grupo de Trabalho, liderado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para que os sindicatos dos trabalhadores por aplicativo e das empresas pudessem estabelecer condições mínimas de trabalho para os motoristas, incluindo remuneração mínima e aspectos relacionados à saúde e segurança dos trabalhadores.
Apesar de meses de negociação, em setembro, as duas partes não chegaram a um consenso, e o caso permanece sem resolução.
A CNN Brasil buscou a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), representante de diversas empresas, incluindo a Uber, que participou das negociações, mas não obteve resposta até o momento de publicação da notícia – a Uber também foi contatada pela apuração, mas ainda não se manifestou.