Conhecidos por ser a porta de entrada de daytraders, os minicontratos vão muito além da busca por dinheiro rápido — muitas vezes enganosa. Pequenos investidores são atraídos por esse tipo de contrato futuro, já que eles demandam pouco capital inicial para compra de commodities, moedas ou índices, por não se tratar do contrato cheio.
“Essa estratégia é furada, porque não existe mágica de ficar rico do dia para a noite”, afirma Rodrigo Marcatti, sócio da Veedha Investimentos. “Mas, se eu prevejo um movimento de realização, posso usar os minicontratos como ferramenta de diversificação, para amortecer perdas em outros ativos”.
O especialista explica que especular com os minicontratos é uma forma de entrar e sair da bolsa quando falamos de movimentos táticos, aqueles que aproveitam movimentos do mercado. “Mas isso não é sustentável a longo prazo”, diz Marcatti. “Todos os investidores que ganharam dinheiro o fizeram com disciplina e paciência”.
A operação com minicontratos envolve altos riscos, pois permite grandes alavancagens. “É possível operar um contrato de R$ 15 mil com R$ 20 na conta”, exemplifica Felipe Tokarski, CEO da BeOn. “Nesse caso, é possível zerar o capital e até sair com dívidas com muita rapidez, em cenários de grande volatilidade”.
Com essas condições, os robôs operadores têm se tornado uma opção para investidores. Automatizados, esses softwares põe em prática estratégias voltadas para o longo prazo. “Eles exploram assimetrias no mercado, prevendo o comportamento coletivo, que pode ser previsto”, explica Felipe.
A automatização pode eliminar os fatores comportamentais que atrapalham as decisões de investimento, lembra Marcatti. “Os investidores vão ficando mais corajosos conforme operam, mas podem se deixar levar e serem surpreendidos por movimentos bruscos”, diz.