Por Agência EY – Estratégica para o desenvolvimento econômico do país, a mineração ainda é um universo predominantemente masculino. Apenas 15% do quadro geral de trabalhadores na indústria de mineração em 2021 é ocupado por mulheres, 2% a mais do que o verificado em 2020.
A situação é ainda mais grave nos cargos de direção: as mulheres representam 11% dos membros dos conselhos executivos e 16% em conselhos administrativos.
No total, o setor emprega cerca de 200 mil trabalhadores diretos, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
As conclusões são do Relatório de Progresso do Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração. O estudo anual é elaborado pela Women in Mining Brasil (WIM Brasil) – movimento consolidado no início de 2019 e que tem como objetivo a ampliação e o fortalecimento da participação das mulheres no setor da mineração.
O grupo tem parcerias com a EY nos estudos realizados e o patrocínio de empresas como Vale, Anglo American e RHI Magnesita, entre outras.
“O movimento WIM Brasil surgiu da urgência e da necessidade de levar a pauta sobre a equidade de gênero para todos os ambientes onde a mineração está presente, com o objetivo de ampliar e fortalecer a participação das mulheres na indústria mineral brasileira”, explica a presidente do WIM Brasil, Patrícia Procópio, na introdução do estudo.
“Os números retratam a importância de captação dessas mulheres no setor. O que observamos, também, é que há uma maior visibilidade em termos de diversidade de inclusão nos conselhos das empresas”, explica Daniela Brites, da EY, uma das responsáveis pela pesquisa.
O setor de mineração no Brasil prevê investimentos de US$ 38 bilhões até 2024, cerca de 40% a mais do que no período entre 2019 e 2023.
Parte significativa desses recursos servirá para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para melhor destinação dos resíduos de produção mineral e descomissionamento (encerramento) de barragens.
Do volume total a ser colocado no setor, mais de 80% estão concentrados nos estados de Minas Gerais (US$ 13,2 bilhões), Bahia (US$ 10,5 bilhões) e Pará (US$ 8,8 bilhões).
As informações constam de outroestudofeito pela EY chamado “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, em parceria com o Ibram.
O levantamento, realizado no primeiro semestre deste ano, faz uma análise do cenário atual e as perspectivas da mineração no país.
“O maior componente de crescimento nos investimentos vem de modificações nas formas de administrar os rejeitos (minerais), para que o setor opere de maneira mais segura. Isso é fundamental para a responsabilidade do setor com o meio ambiente e a sociedade”, afirma o líder do setor de Mineraçãoe Metais da EY na América do Sul, Afonso Sartório.