Termina na próxima segunda-feira (8) o período de reserva de ações do IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) da Westwing (WEST3), varejista online de móveis e decoração. As casas de análise Eleven Financial Research e Nord Research estudaram a oferta da empresa e não recomendam a participação dos investidores.
Com preço médio estimado de R$ 12,08 por ação, de acordo com a faixa indicativa, a empresa poderá obter até R$ 800 milhões com a operação e tem estreia prevista para 11 de fevereiro na B3, a bolsa brasileira. Entre os destinos dos recursos levantados estão a expansão do varejo online e investimentos na marca própria e logística da companhia.
A Westwing, fundada em 2011 como um braço da Westwing Alemanha, separou-se da matriz em 2018 e, conforme conta a analista da Nord Danielle Lopes, voltou-se para o desenvolvimento de uma plataforma com tecnologia própria semelhante ao feed das redes sociais e às vitrines de shoppings centers.
“Aqui, cerca de 67% das vendas são feitas por dispositivos móveis. O negócio é super tech”, afirma Danielle no Nord Insights desta quinta-feira (4). Para fortalecer ainda mais o comércio eletrônico, a empresa lançou, no início deste ano, o Westing Now, uma plataforma com navegação e visual mais próximos ao do e-commerce tradicional.
Baixo crescimento é risco para a oferta
A iniciativa resultou, após nove meses de funcionamento, em um ganho de 57% na receita da companhia. Contudo, mesmo com os números promissores, a analista aponta que nos últimos três anos “a Westing praticamente não cresceu”.
Mesmo o crescimento observado nos últimos 12 meses, com lucro de R$ 16,6 milhões, foi impulsionado pela pandemia de Covid-19 e um benefício fiscal de julho de 2020 que não deve se repetir em escala semelhante no futuro. “Os 16 milhões de reais de lucro de Westwing nos últimos 12 meses deveriam ser um lucro de apenas 944 mil”, destaca ela.
A Eleven concorda que existe um ponto negativo nos últimos resultados da empresa. Em relatório divulgado nesta quinta-feira (4), a casa de análise indica que “a tese da Westing de fato nos parece bastante interessante, mas, ainda assim, consideramos que o curto histórico de crescimento da companhia e também o prêmio cobrado em um IPO nos levam a não recomendar a oferta”.
A analista da Nord cita também a alta competitividade do mercado brasileiro de casa e decoração — os 10 maiores players do setor possuem apenas cerca de 17% do market share — como um risco da operação.
Além disso, ela diz que, com a saída do atual controlador da empresa, o Fundo de Investimentos em Participações Oikos, não há “como garantir que os planos de crescimento do IPO continuarão após a mudança de controle”.
Portanto, “diante da falta de vantagens competitivas, dos riscos levantados e do preço extremamente elevado”, a casa de análise também recomenda que o investidor não participe da oferta inicial da Westwing.
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