Mudanças na Nike

Nike anuncia que CEO vai deixar o cargo

Elliott Hill está saindo da aposentadoria para substituir John Donahoe como diretor executivo da companhia

Nike CEO, John Donahoe
Nike CEO, John Donahoe | Foto/Nike - BoF Studio

Nesta quinta-feira (19), a Nike (NYSE:NKE) anunciou que seu CEO, John Donahoe, está se retirando do cargo, e o veterano da empresa, Elliott Hill, está saindo da aposentadoria para assumir o comando da gigante dos tênis.

Donahoe, que é CEO da Nike desde janeiro de 2020, se aposentará de seu cargo em 13 de outubro, e Hill assumirá no dia seguinte. Donahoe permanecerá como consultor até o final de janeiro.

“Estou empolgado em dar as boas-vindas ao Elliott de volta à Nike. Dado às nossas necessidades para o futuro, o desempenho passado do negócio e após conduzir um processo de sucessão cuidadoso, o Conselho concluiu que era evidente que a expertise global de Elliott, seu estilo de liderança e profundo entendimento da nossa indústria e parceiros, juntamente com sua paixão pelo esporte, nossas marcas, produtos, consumidores, atletas e funcionários, fazem dele a pessoa certa para liderar o próximo estágio de crescimento da Nike”, disse Mark Parker, presidente executivo da Nike.

Reestruturação

A Nike está passando por uma reestruturação mais ampla após mudar sua estratégia para vender diretamente aos consumidores. Críticos dizem que, no processo de expandir as vendas nas próprias lojas e site da Nike, a empresa perdeu o foco em inovação e deixou de lançar os tipos de tênis revolucionários pelos quais era conhecida.

No final de junho, quando divulgou os resultados do quarto trimestre fiscal, a Nike alertou que esperava uma queda de 10% nas vendas no trimestre atual, por conta da demanda fraca na China e tendências de consumo “desiguais” globalmente.

A previsão foi muito pior do que a queda de 3,2% esperada pelos analistas.

Após o relatório negativo, alguns analistas especularam que Donahoe logo seria substituído por um novo CEO. Na época, o cofundador da Nike, Phil Knight, disse que a empresa estava ao lado de Donahoe e que ele tinha sua “confiança inabalável e total apoio”.

Mas na quinta-feira, Knight disse em um comunicado que está animado para dar as boas-vindas a Hill de volta à equipe.

“As mudanças de liderança nunca são fáceis, elas testam você, desafiam você, mas esta transição foi conduzida com notável reflexão e um compromisso inabalável com a Nike”, disse Knight. “Olhando para o futuro, não poderia estar mais empolgado em dar as boas-vindas ao Elliott de volta à equipe. Sua experiência, entendimento da Nike e liderança são exatamente o que é necessário neste momento. Temos muito trabalho a fazer, mas estou ansioso para ver a Nike voltar ao seu ritmo.”, disse Knight.

Em um comunicado, Donahoe disse que “ficou claro que agora era o momento de fazer uma mudança de liderança”.

“Elliott é a pessoa certa. Estou ansioso para ver os futuros sucessos da Nike e de Elliott”, disse ele. Hill começou na Nike como estagiário nos anos 80 e se interessou pela empresa depois de escrever um artigo sobre ela para sua aula de marketing na pós-graduação.

Elliott Hill – Foto/Nike – Divulgação

Ao longo de 32 anos, Hill subiu na hierarquia até se tornar presidente da divisão de consumidores e mercado da empresa, onde foi responsável por liderar todas as operações comerciais e de marketing da Nike e da Jordan Brand.

Momento atual

À medida que a Nike passa por um momento difícil, ela tenta voltar aos fundamentos que há muito definiram o negócio e o tornaram líder de mercado em tênis e roupas esportivas.

Durante o mandato de Donahoe, as vendas anuais da Nike cresceram de US$ 39,1 bilhões no ano de 2019 para US$ 51,4 bilhões em 2024.

No início deste ano, Donahoe reconheceu que a Nike se distanciou demais de seus parceiros atacadistas, muito por conta da alta das vendas online durante a pandemia da covid-19, e disse que a empresa estava no processo de corrigir isso.

Em dezembro de 2023, também anunciou um amplo plano de reestruturação para reduzir os custos em cerca de US$ 2 bilhões nos próximos três anos. Mais tarde, disse que eliminaria 2% de sua força de trabalho, algo em torno de 1.500 empregos, para poder investir em suas áreas de crescimento, como corrida, a categoria feminina e a marca Jordan, seguindo a tradição da companhia.

As ações da Nike subiram até 10% nas negociações prolongadas em Nova York. As ações caíram 25% neste ano até o fechamento de quinta-feira.