Novo presidente do BC Roberto Campos Neto deve ser sabatinado pelo Senado dia 26

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O relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que indica o economista Roberto Campos Neto para o cargo de presidente do Banco Central no lugar de Ilan Goldfajn, foi lido nesta terça-feira (19), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Com pedido automático de vista coletiva no colegiado, a sabatina ficou marcada para a próxima terça-feira (26). A expectativa é que o novo presidente, um executivo de Tesouraria de banco e com uma visão mais liberal da economia, traga algumas mudanças sutis no estilo de gestão do BC, que nos últimos anos foi comandado por economistas de carreira, caso de Goldfajn.

Mais competição

Campos Neto, que esteve na semana passada no Senado e visitou parlamentares, foi elogiado por senadores de vários partidos. O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) disse, na comissão, que o economista está comprometido em ampliar a competição do sistema bancário nacional com o objetivo de enfrentar a questão dos spreads bancários, a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar, e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro.

Bezerra destacou que Campos Neto vai dar enfoque ao crédito imobiliário e à ampliação das linhas de microcrédito. “Isso poderá ajudar na promoção da criação de milhares de empregos”, afirmou.

Para o senador Flavio Bolsonaro (PLS-RJ), a indicação de Campos Neto traz boas expectativas em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. “[ Campos Neto] É de um perfil que tudo indica que caminhará pela independência do Banco Central. Pessoa muito bem indicada para garantir a estabilidade do nosso sistema financeiro”, ressaltou.

Para o líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), ao longo de toda a formulação do programa econômico do governo, na equipe do professor Paulo Guedes, o economista se colocou como um brasileiro altruísta e realista, se afastando da administração de banco privado que, segundo o senador, lhe proporcionava condições materiais mais favoráveis do que a condição em que está se colocando.

Neto de Roberto Campos

Roberto de Oliveira Campos Neto é bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia. Iniciou a carreira no Banco Bozano Simonsen e trabalhou no Banco Santander por vários anos. Participou da formulação da política econômica do governo Bolsonaro à qual diz ter “perfeita afinidade intelectual e moral com a equipe econômica”, segundo mensagem enviada ao Senado.

O postulante ao cargo de presidente do Banco Central é atualmente assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrou a comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O indicado é neto do economista, diplomata e escritor Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo econômico, que participou do governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento do governo Castello Branco. Seu avô foi deputado federal e senador, além de membro da Academia Brasileira de Letras e embaixador em Washington e Londres. Campos Neto substituirá Ilan Goldfajn no cargo.

Outros diretores serão sabatinados

As indicações de Bruno Serra Fernandes para a Diretoria de Política Monetária do BC; de João Manoel Pinho de Melo para a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro; e de Flávia Martins Sant’Anna Perlingeiro para o cargo de diretora da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), também foram lidas nesta terça-feira. Assim como Campos Neto, as demais indicações também tiveram pedido de vista coletiva automática. Todos serão sabatinados na terça-feira (26).

A informações são da Agência Brasil.

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