Balanço

Número de investidores pessoas físicas na Bolsa cresceu 22,9% até agora em 2021, diz XP

Relatório aponta avanço consolidado de jovens na totalidade de investidores pessoas físicas (PFs) da B3, uma concentração ainda grande no eixo Sul-Sudeste do país e menores saldos médios para mulheres

- Paulo Whitaker/Reuters
- Paulo Whitaker/Reuters

Em setembro, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira, B3 (B3SA3) atingiu 3.970.384. Em relação ao mês anterior, houve um aumento de 51.328 investidores PFs, equivalente a um crescimento mensal de 1,30%.

Comparado a 2020, quando encerramos o ano com 3.229.318 contas ativas na B3, houve um avanço de 22,90%. 

As informações constam no relatório da XP produzido por Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de Research, e Jennie Li, estrategista de ações, divulgado na noite de terça-feira (6).

Por idade

Segundo o material, a maior parte dos investidores se encontra na faixa etária de 26 a 35 anos, e correspondem em 32% do total. Logo em seguida, temos a faixa entre 36 a 45 anos com 1.093.562 contas, equivalente a 27,5% do total.

Segundo dados da B3, em 2013, a porcentagem de investidores entre 25 e 39 anos era de 19,0% contra 56,0% de investidores idosos, com mais de 60 anos.

Essa relação se reverteu. Pessoas com mais de 56 anos representam, hoje, apenas 15% da Bolsa em setembro. "Isso sugere que o público mais jovem está cada vez mais cuidando de suas finanças, o que vemos com bons olhos", dizem os analistas.

Por região

Os números obtidos pela XP demonstram que uma concentração de investidores da Bolsa no eixo Sul-Sudeste do país, principalmente na região Sudeste.

Os estados de SP, RJ e MG juntos possuem 58,6% do total de investidores, 41,6 pontos percentuais (p.p.) à frente de PR, RS e SC somados (16,9%).

Veja a relação:

1) São Paulo, com 1.520.295 contas, que equivalem a 38,3% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,3% na comparação mês a mês.

2) Rio de Janeiro, com 410.528 contas, que equivalem a 10,3% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,2% na comparação mês a mês.

3) Minas Gerais, com 394.777 contas, que equivalem a 9,9% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,2% na comparação mês a mês.

4) Paraná, com 253.179 contas, que equivalem a 6,4% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,2% na comparação mês a mês.

5) Rio Grande do Sul, com 224.229 contas, que equivalem a 5,6% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,4% na comparação mês a mês.

6) Santa Catarina, com 194.928 contas, que equivalem a 4,9% do total da B3 em setembro e demonstram um avanço de 1,3% na comparação mês a mês.

Do ponto de vista do valor investido na Bolsa, o estado de São Paulo também lidera e representa 48% (R$ 246,7 bilhões) do valor total, 33,9 p.p. acima do RJ (R$ 72,4 bilhões).

Por gênero

O número de mulheres que investem na Bolsa alcançou 1.110.000 em setembro, o que corresponde a 28,0% do número total de investidores pessoas físicas.

Apesar de uma representatividade ainda pequena, o número de mulheres cresce em ritmo acelerado, com alta de 31,0% desde dezembro de 2020, em comparação com o número de investidores homens, que atingiu 2.860.384 no mês, equivalente a um aumento de 20,1% durante o mesmo período.

Já em relação ao mês anterior, o número de mulheres cresceu 1,4% e o de homens, 1,3%.

Ao olharmos para o saldo médio por pessoa, notamos que as mulheres detém também os menores saldos.

No Rio de Janeiro, este valor é de R$ 151,2 mil para as mulheres, enquanto os homens detém R$ 186,8 mil, ou seja, 19,0% menor.

A discrepância é ainda maior quando olhamos para o estado de São Paulo: o saldo médio das mulheres é de R$ 126,2 mil, comparado a R$ 176,9 mil para os homens (28,7% menor).

Destaque negativo nesse caso vai para o estado de Minas Gerais, cuja diferença chega em quase 50%.