O cenário econômico brasileiro enfrenta um momento de grandes oscilações. Essas ocorrem, majoritariamente, por fatores externos e internos do mercado, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, desvalorização cambial, desaceleração da economia mundial e aumento dos preços dos alimentos.
O economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, afirmou em palestra nesta quarta-feira (21), em São Paulo, que a reforma da previdência pode impactar positivamente o cenário econômico do Brasil. “A reforma é essencial, porque se não a tivermos, em 10 anos 100% dos gastos do governo serão com a previdência e assistência social; isso se tivermos que cobrir o teto do gasto”, afirmou.
A declaração foi feita durante o evento “Os Impactos da Reforma da Previdência nos Investimentos”, realizado pela SpaceMoney, com o patrocínio da Ipê Investimentos e apoio da Genial Investimentos, Prospectiva, Ouro Preto Investimentos e Amazônia Capital.
Mesmo com os fatores que causam preocupação para o mercado brasileiro, Camargo se vê “mais otimista que a maioria das pessoas”, porque, “se compararmos o Brasil com outros países que passam por turbulência, como a Argentina, nós estamos com uma inflação controlada e caminhando para melhorias, como as reformas em pauta no governo”, explicou.
Camargo ainda especulou que, se o texto da reforma for aprovado, a expectativa é de queda haja outra redução na taxa Selic no final de 2019. Essa passaria a valer 5,5%. Além disso, o dólar comercial passaria a ser cotado em R$ 3,60. Já o preço das ações levariam a B3 a 120.000 pontos.
“O Brasil vai ser um país de juro baixo, o que muda as estratégias de investimento dos agentes. Cenário internacional preocupa e pode afetar os preços dos ativos”, especulou. É um Brasil totalmente diferente do que já vimos. O Brasil mudou. O crescimento do PIB certeiro para os próximos anos”, especulou.
E o futuro do cenário econômico externo?
“Além do alívio promovido pela reforma, a aprovação do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul é uma mudança que considero fundamental. Esse pacto inverteria a estrutura de incentivos dos agentes internos: em lugar de buscar mais proteção tarifária, o incentivo passa a ser de lutar por aumento de produtividade, redução de custos, simplificação tributária e outros fatores”, opinou Camargo.
Além disso, o economista afirmou que acordos comerciais com outros países, como EUA e Japão, também seriam incentivados.
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