Não é só você que está conhecendo o equity crowdfunding agora: a modalidade foi regularizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2017 e ainda vai se popularizar no Brasil.
“Trata-se uma oferta pública direcionada para qualquer investidor com o objetivo de captar recursos para pequenas e médias empresas”, explica Sérgio Corrêa, CEO da plataforma de investimentos Cluster21.
Hoje, essas ofertas podem captar até R$ 5 milhões para empresas que preencham alguns requisitos básicos, como boa capacidade de escalar, dando a possibilidade de investidores participarem do crescimento da companhia e se tornarem acionistas, com cotas conversíveis em ações.
“Os valores mínimos para investir são relativamente pequenos e há boas perspectivas de retorno: segundo estudos feitos nos EUA, com boa governança, as carteiras de empresas tendem a render de 35% a 50% ao ano”, diz Sérgio.
Além disso, já há modelos de pagamentos que incluem pagamentos de juros, como a oferta organizada pela Cluster21 da empresa do setor alimentício Substância. Durante os anos do contrato, além dos títulos que podem ser convertidos em ações, o investidor vai receber 12% de juros anuais.
Como todo investimento tem riscos, não é diferente no caso do equity crowdfunding. “É algo muito novo no Brasil, que ainda precisa ser mais regulamentado, e deve representar um percentual pequeno no portfólio, algo em torno de 5%”, aconselha Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos. Além disso, para o especialista, o segredo é entender o modelo de negócios da empresa na qual se está apostando.
Bom para todos
Além de uma oportunidade de diversificar a carteira, o equity crowdfunding propõe um modelo que pode beneficiar a todos, segundo Sérgio Brito. “É uma forma de empresas de menor faturamento captarem fora do modelo tradicional, muito dependente dos bancos”.
Além disso, o crescimento de companhias menores impacta diretamente na geração de empregos no país. Segundo dados do Sebrae, as pequenas e médias empresas respondem por 52% das vagas do setor privado.
Para o modelo de equity crowdfunding estourar no Brasil, o que falta, para Sérgio Brito, é uma regulamentação mais simplificada.”Ainda é um embrião”, analisa o especialista da Ipê. “Quando as regras do jogo estiverem bem claras, vamos ver que ainda há muito espaço para crescer”.