Como você toma decisões? Para decidir a qual restaurante ir, por exemplo, você provavelmente pensa no cardápio de cada um, no preço que você está disposto a pagar pela refeição e a distância da sua casa até o local… Ou seja, vários fatores entram na conta.
A estratégia de factor investing não é nada mais do que isso: elencar critérios importantes para avaliar ativos e, então, fazer a melhor decisão de investimento. “É escolher fatores que vão impactar a rentabilidade da sua carteira”, explica Felipe Garrán, CEO da plataforma Mundo Financeiro. “Assim, você tem um portfólio diversificado”.
Mas que fatores são esses? Geralmente, os investidores escolhem critérios macroeconômicos e outros específicos. “Os primeiros são mais genéricos, enquanto os outros têm a ver com o valor da empresa, o tamanho, sua qualidade”, diz Garrán.
Assim, na análise do cenário maior, pode-se avaliar como o crescimento do país no período vai impactar as operações da empresa, por exemplo, ou como a inflação corrente influi nos resultados. “Já o momentum é um fator específico, espécie de inércia, que é a expectativa de manutenção do movimento presente no curto prazo”, exemplifica o especialista.
O factor investing é uma boa estratégia para manter a carteira balanceada, uma vez que trabalha com diversas variáveis. E a gente sabe: portfólio diverso é bom para todos os perfis. “Há diferentes níveis de sofisticação da análise e o investidor iniciante pode começar com parâmetros simples”, afirma Garrán.
E os cuidados também valem para todos: fatores muito preponderantes no passado podem perder importância, enquanto outros podem emergir. “É um exercício de projeção”, lembra Felipe. “Não dá pra obedecer cegamente o modelo do passado”.
E o value investing?
Essa estratégia, derivada do factor investing, ficou muito famosa por ser queridinha do megainvestidor Warren Buffett. Foi o oráculo de Oklahoma quem disse: “preço é o que você paga, valor é o que você leva”.
“O value investing consiste em identificar as ações que estão sendo negociadas abaixo do seu valor patrimonial”, conta Felipe Garrán.
Assim, o critérios mais importantes na análise são o preço da ação e o valor da empresa. Isso daria possibilidade de comprar ativos descontados, em momentos em que o cenário macro, por exemplo, está desfavorável, mas a empresa mantém suas boas bases.