BDRs

O que muda com as BDRs? Para você, para a B3 e para o mercado

Na semana passada, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) mudou as regras para investimento em BDRs (Brazilian Depositary Receipts). A partir de setembro, o investidor vai ter acesso a empresas como Stone, XP, PagSeguro, Arco Educação e Afya, que, apesar de serem brasileiras, abriram capital em bolsas estrangeiras. Hoje, as BDRs mais negociadas são as da Amazon, Mercado Livre e Alphabet, segundo dados da Economatica.

Antes, apenas empresas com ativos majoritariamente no exterior poderiam negociar na B3, a bolsa brasileira, via Brazilian Depositary Receipts. Além disso, agora as BDRs de Nível 1, chamada de não patrocinadas, antes restritas a investidores qualificados, agora podem ser acessadas por todos. 

Apesar de ser uma nova opção para o investidor brasileiro, as BRDs podem não ser a melhor maneira de expor seus investimentos ao exterior, afirma Renato Breia, sócio da Nord Research. “Essa era uma notícia para ser comemorada se tivesse saído há uns 2, 3 anos”, escreveu em relatório divulgado em 13 de agosto. 

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Para o especialista, vale mais a pena abrir uma conta diretamente em uma corretora norte-americana. Algumas delas têm serviços de suporte em português e a liquidez dos mercados internacionais é maior — são cerca de 5 mil investidores em BDRs na B3. “[Nos Estados Unidos] existem mais de 4 mil empresas listadas e outros tantos milhares de ETFs disponíveis”, compara Breia. 

O especialista também chama a atenção para o alto custo de se investir em BDRs mesmo no mercado fracionário. “Se você não tem o perfil de um investidor mais mãos à obra, então o melhor é seguir pelo caminho dos ETFs”, recomenda. 

BDRs para a B3

Já para a bolsa brasileira, a nova possibilidade de negociação pode ser positiva, pois a B3 “poderá poderá auferir taxas de comercialização, compensação e liquidação desses novos produtos no Brasil”, afirmou a agência de rating Moody’s em relatório publicado em 13 de agosto. 

Se você tem papéis da B3, a notícia é boa para você também. “Com o B3 atuando como o comprador para todos os vendedores e o vendedor para todos os compradores de títulos financeiros (ações, derivativos e contratos) negociados nos mercados financeiros do Brasil, ele será capaz de aumentar sua receita com esses novos BDRs”, completa a Moody’s.