Em tempos de crise e cenário econômico incerto, é cada vez mais necessário um planejamento financeiro e o uso da criatividade para aumentar a renda, bem como ficar atento para efetuar investimentos inteligentes.
Neste contexto, André Souza, diretor de Investimentos do PagBank PagSeguro, explica que investir tem sido uma escolha recorrente da população, com o objetivo de concretizar sonhos de forma mais planejada, aumentar os ganhos e criar uma reserva de emergência.
Para o especialista, as principais motivações são: não se endividar em momentos inesperados, independência, segurança e rendimento para investimentos futuros, como, por exemplo, aposentadoria, compra para casa própria ou troca de carro.
No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas e medo sobre como fazer a melhor escolha quando o assunto é o tipo de aplicação, explica André.
Para isso, é fundamental entender que existem diferentes opções de investimento e que cada uma é adequada para objetivos e perfis de investidores específicos, sendo necessária uma análise pessoal e de mercado para escolher a melhor opção. Entre elas estão:
1. Renda Fixa
Modalidade mais conservadora, ideal para projetos de curto e médio prazos, para quem não quer correr muito risco ou para quem deseja usar o dinheiro aplicado em projetos de curto prazo. Como exemplo estão CDBs e Tesouro Direto.
CDB: opção prática, segura e com boa rentabilidade para separar as economias do saldo da conta, que oferece o melhor rendimento do mercado com liquidez e retorno normalmente superior à poupança. Essa taxa de rendimento depende do prazo de vencimento, do período de carência e do montante mínimo.
Tesouro Direto: cada vez mais popular entre os brasileiros, é a possibilidade de realizar investimentos de baixo risco, por meio de títulos públicos. Com diferentes prazos e rendimentos, é como se emprestasse dinheiro ao governo e, em troca, recebesse o valor investido com juros. Com o Tesouro Direto, o cliente pode optar por rendimento pela Selic, prefixado ou pela inflação.
2. Renda Variável
São aplicações para investidores com perfil mais experiente, que buscam mais ganhos e, para isto, aceitam mais riscos. A negociação costuma ser em plataforma eletrônica, Home Broker, e deve aplicar para médio e longo prazos. Nessa modalidade, é possível investir em:
Ações: os clientes podem se tornar sócios de grandes empresas de diferentes segmentos, com baixo valor investido.
Fundos Imobiliários: uma oportunidade de investir no mercado imobiliário sem precisar comprar diretamente um imóvel físico e nem se preocupar com toda a burocracia. O cliente recebe os aluguéis, que são chamados de dividendos, e pode investir em imóveis comerciais, shoppings, galpões logísticos, entre outros.
BDRs: são recibos de ações de empresas do exterior negociados no Brasil. É uma forma de investir em empresas estrangeiras sem a necessidade de fazer remessas de dinheiro para o exterior.
ETFs: são Fundos de Investimentosde gestão passiva com cotas negociadas na Bolsa de Valores, que aplicam os recursos dos seus cotistas em uma carteira de ações e visam acompanhar o desempenho de algum índice de mercado como referência, como o Ibovespa, o Small Caps, o IBr-X 50, entre outros.
3. Fundos de Investimento
Opção prática para qualquer tipo de investidor, pois tem produtos com diversos retornos e riscos. É para quem prefere deixar a gestão dos recursos na mão de pessoas que conhecem do assunto e sempre estão buscando as melhores oportunidades.
Existem fundos de Renda Fixa, que compram títulos públicos, e CDBs, e fundos que combinam ações de setores diferentes. Há até fundos internacionais para quem busca opções fora do Brasil.
E como saber qual a melhor aplicação financeira para investir?
Segundo André, o melhor investimento depende dos objetivos de cada cliente. “Tem opção que será ideal para uma pessoa e para outra pode não se encaixar no perfil de risco e metas financeiras.
Para encontrar o investimento mais adequado, é preciso fazer as seguintes perguntas: Por que estou investindo? Qual o objetivo que eu quero dar para esse dinheiro? Por quanto tempo vai ficar aplicado? Qual a tolerância a risco e o meu perfil de investidor?”, orienta.
Outro fator importante é não escolher investimento somente pela rentabilidade. “Os rendimentos dos investimentos dependem de eventos futuros, como o cenário econômico no Brasil e exterior. Além disso, o rendimento passado não garante bom rendimento no futuro”, explica.
“O ponto importante aqui é saber que a aplicação financeira é para todos. É muito importante desmistificar que para investir precisa-se de muito dinheiro ou deve ser feito somente em uma ocasião ideal. Investir é um hábito que requer disciplina e constância. Sempre que entrar um dinheiro, reserve um percentual para investir”.