Na segunda-feira (25), o Twitter (TWTR34) anunciou que a proposta de compra feita por Elon Musk, o homem mais rico do mundo e CEO da Tesla (TSLA34), foi aceita após uma reunião entre o empresário e executivos da rede social na véspera (24).
O acordo prevê que o bilionário pague US$ 54,20 por ação. Assim, a avaliação da plataforma chegou ao número de US$ 44 bilhões – o equivalente a R$ 215 bilhões.
Mas quais são os próximos passos dessa operação? Musk já detém o poder de fazer o que bem quiser da rede social ou não?
José Augusto Albino, sócio da Catarina Capital, explica que ainda há alguns trâmites. “A operação foi aprovada, foi feita, mas ainda precisa passar por alguns escrutínios regulatórios. Ainda não há pré-condições financeiras como o mercado chama. Deve acontecer, mas ainda leva um tempo”.
Por questões anti-truste, a operação deve ser aprovada pelo FDC, órgão do governo norte-americano que avalia questões de impacto na economia. Albino não espera que a transação seja bloqueada, mas sim estendida por alguns meses devido às naturezas complexas dos termos de aquisição.
Albino pontua que o Twitter deve se tornar uma empresa “deslistada” e virar uma empresa de capital fechado, como ocorre em transações dessa natureza. “Com isso, Musk assume o controle total e absoluto da companhia. Ele tem o poder de indicar um conselho, nomear CEOs, executivos, diretores e dar uma nova condução estratégica para a empresa”.
O executivo avalia que o perfil centralizador do bilionário deve dar as cartas sobre o futuro da operação.
“Vamos ver quanto tempo ele vai dedicar pessoalmente a isso. Se ele vai deixar a gestão [do Twitter] como está hoje em dia – o que eu acho bem difícil – ou se ele deve trazer um time para a empresa. Ele continua muito à frente de projetos como a Tesla, SpaceX e outros como The Body Company”, pontua.
“Ele vai uma festa sobre tudo o que acontece ali dentro, dar algumas limpezas na casa como se espera nesse tipo de operação para depois então tomar decisões de gestão. Vamos ver se ele vai levar o Twitter para um aumento de rentabilidade, crescimento e investimento financeiro ou se ele vai manter como uma empresa de capital fechado, de mídia que ele mesmo controla com o poder de atuar como quiser”, diz Albino.