Movimentação

Ofertas no mercado de capitais ultrapassam R$ 500 bi neste ano

Debêntures se mantêm como o instrumento mais utilizado pelas companhias na emissão de dívida corporativa, somando volume de R$ 224,7 bi até novembro

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As ofertas das companhias brasileiras no mercado de capitais atingiram R$ 514,9 bilhões até novembro, volume 67% acima do registrado no mesmo período de 2020.

De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ainda estão em análise e em andamento operações que podem somar R$ 13,8 bilhões ao resultado deste ano.

As debêntures têm se mantido como o instrumento mais utilizado pelas empresas na emissão de dívida corporativa. Em novembro, foram captados R$ 38,1 bilhões, o que representa 66% do montante total ofertado no mercado de capitais no período.

No ano, o volume chega a R$ 224,7 bilhões (44% do total). "O bom desempenho das debêntures tem sido impulsionado pelo novo ciclo de alta dos juros", afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.

Entre os subscritores das debêntures, os fundos de investimento têm ganhado cada vez mais participação, diante da maior atratividade dos ativos de renda fixa ao longo do ano. Eles ficaram com 39,3% das ofertas realizadas entre janeiro e novembro, atrás apenas dos intermediários e demais participantes ligados à oferta, com 43,7%.

Os recursos captados pelas empresas com as debêntures foram destinados principalmente ao capital de giro (31,8%) e ao refinanciamento de ativos (23,2%).

Os demais ativos de renda fixa também apresentam alta nas emissões em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) captaram R$ 18,5 bilhões até novembro, contra R$ 10 bilhões no mesmo período de 2020 (aumento de 84%).

Em seguida, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório) tiveram alta de 80%, atingindo R$ 57 bilhões, contra R$ 32 bilhões no ano passado. Já os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) dobraram o volume captado, passando de R$ 13,1 bilhões para R$ 26,5 bilhões, resultado recorde na série histórica da Anbima, iniciada em 2011.

"São números muito significativos, especialmente porque ocorrem em um período de muita volatilidade do mercado", avalia Laloni.

Renda variável

Na renda variável, as emissões somaram R$ 3,2 bilhões em novembro. O volume ficou concentrado nas operações de follow-on (ofertas subsequentes de ações). No ano, as ações são responsáveis pela captação de R$ 128,4 bilhões, o que corresponde a 25% do total emitido no mercado de capitais.

No mercado externo, foi registrada no último mês apenas uma operação de US$ 1 bilhão, correspondente à emissão de bônus. No ano, o total é de US$ 25,4 bilhões, incluindo ofertas de renda fixa e variável.