Investing.com – Na parte da manhã desta segunda-feira, as ações da Telefônica Brasil (SA:VIVT4) operam com importante valorização após o jornal espanhol El Confidencial informar que a companhia estaria interessada na compra de parte dos ativos da Oi (SA:OIBR3), o que também puxa os ganhos dos papéis da tele, que vive um longo processo de recuperação judicial.
Por volta das 11h50, os papéis da dona da Vivo somavam 1,56% a R$ 52,63, enquanto que o as ON da Oi (SA:OIBR4) disparavam 7,62% a R$ 1,13. Atualmente, a Oi está avaliada em 6 bilhões de euros, informa o jornal espanhol.
De acordo com a publicação, a Telefónica (espanhola) já contratou um banco de investimento para assessorar um eventual negócio. O fato é que a Oi (SA:OIBR4) passa por um uma situação delicada: a empresa enfrenta um processo de recuperação judicial que se iniciou com dívidas de mais de R$ 65 bilhões. No balanço do segundo trimestre, a operadora terminou com prejuízo de R$ 1,5 bilhão no período e dívida líquida de R$ 12,5 bilhões.
Para seguir operando, a Oi (SA:OIBR4) precisa obter R$ 2,5 bilhões em caixa para não ficar sem recursos para o próximo ano. Apesar de boatos, o governo nega intervenção após o mau desempenho, e a Anatel espera que uma “solução de mercado” permita que os clientes da Oi continuem com seus serviços funcionando.
Interesse da Vivo
O mercado estima que a Vivo tenha interesse na parte de serviços fixos da Oi (SA:OIBR4), que é a maior operadora de telefonia fixa do Brasil em número de municípios atendidos, mas também é a menor dentre as quatro grandes operadoras no segmento móvel.
Outro ponto é que o extenso backhaul de fibra óptica é um dos ativos mais estratégicos da Oi (SA:OIBR4), que possui presença em mais de 2 mil cidades e traz vantagem competitiva ao expandir a cobertura FTTH e oferecer serviços de conectividade, inclusive para outras operadoras.
Com a aprovação do PLC 79, a operação dá o primeiro passado para sair do papel. Pelas novas regras, as operadoras concessionárias podem mudar para o modelo de autorizadas, incorporando os bens reversíveis com a troca por investimentos em banda larga. Isso traz segurança jurídica, uma vez que as redes fixas não voltariam para o governo em 2025.