A Oi (OIBR3) anunciou esta semana que chegou a um novo e definitivo acordo com a Anatel para reestruturar seu passivo junto ao regulador do setor. A dívida total da companhia, de R$ 20,2 bilhões, foi renegociada com haircut de 55%, totalizando R$ 9,1 bilhões. Parte desse valor será pago com os R$ 1,8 bilhão que a Oi detém em depósitos judiciais, resultando em um saldo devedor de R$ 7,3 bilhões.
Embora reduzir um passivo de R$ 20,2 bilhões para R$ 7,3 bilhões não possa ser considerado um mau negócio, o BTG Pactual afirma que o cenário é pior do que o esperado.
"O acordo original que a Oi fechou com a Anatel em 2020, baseado na legislação falimentar da época, previa um desconto de 50% na dívida e 84 meses para pagar. Posteriormente com a revisão da legislação, que foi onde baseamos a nossa estimativa, o desconto atingia 70%, com a Oi tendo até 120 meses para pagar. O contrato definitivo, anunciado, prevê 55% de desconto na dívida e 126 meses para pagar. Assim, o contrato foi encerrado sendo pior do que esperávamos".
Apesar disso, o que realmente surpreendeu – negativamente – a equipe do BTG foi o tamanho da dívida original. Durante as negociações iniciais em 2020, a dívida total da Oi com a Anatel era de R$ 14,3 bilhões (de acordo com o acordo assinado na época) – número que foi usado para os cálculs do banco.
Porém, o novo acordo inclui R$ 6 bi adicionais em passivos que estavam em discussão na esfera administrativa à época das negociações originais, e que a maioria (incluindo a Oi e o mercado) acreditava que jamais seria incluída na dívida total com a Anatel, avaliou o BTG.
"Para a Oi, cortar esse negócio agora faz sentido porque melhora o perfil de pagamento, já que mais dívida com a Anatel é paga mais adiante, melhorando a liquidez de curto prazo da empresa. Estimamos que a empresa deva quitar a maior parte das amortizações nos últimos 5 anos, melhorando bastante as saídas de caixa nos primeiros anos. Esta é naturalmente uma boa notícia para os detentores de títulos da Oi, e os títulos de 2025 devem ter um bom desempenho por trás dessa notícia", concluiu o BTG que tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 2,30.
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