Por Jessica Bahia Melo, da Investing.com – Na novela da recuperação judicial da Oi (SA:OIBR3), ainda não há estimativa sobre o prazo final para o processo. Iniciado em 2016, estava previsto para terminar dia 31 de maio, mas foi novamente adiado.
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No mais novo capítulo, a empresa busca que suas ações atinjam patamar que não exija um grupamento dos papéis.
No fechamento do mercado desta quarta-feira, as ações da Oi estavam cotadas a R$ 0,61, queda de 1,61%. Em um ano (365 dias), acumulam desvalorização de 61,96%.
A recuperação judicial inclui reestruturação e mudanças nas atividades. Depois da venda da Oi Móvel para as principais rivais do segmento, os clientes da empresa serão divididos entre as operadoras nacionais Claro, TIM (SA:TIMS3) e Vivo (SA:VIVT3). Recentemente, a Oi também acertou um acordo para repactuar as dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Possível grupamento
No início deste mês de junho, a Oi também informou os próximos passos antes de um possível grupamento das ações. O período de 30 pregões ininterruptos em que a cotação das ações da Oi deve estar acima de R$ 1,00 vai começar a ser contado a partir do dia 01 de julho.
Se as ações da Oi não cumprirem essa determinação, então deverá ser proposto imediatamente para a sua assembleia geral o início do processo de grupamento dos papéis, de acordo com regulamento interno da bolsa sobre penny stocks – aquelas que custam abaixo de R$1.
Bull case, tese de alta
Analistas ouvidos por Investing.com vêem pontos positivos no atual estágio da empresa. Gabriel Tinem, da Genial, destaca como pontos positivos a melhoria operacional, aumento de receita e diminuição de custos, com um enfoque maior em serviços e qualidade no atendimento em áreas como nuvem, TI e plataformas digitais.
Para Fabiano Vaz, analista da Nord Research, entre os destaques, está a expansão da fibra. “A receita da fibra cresceu mais de 200% na comparação entre 2019 e 2021, a gente viu uma expansão muito forte no número de conexões. No que a Oi está focada, em que será o Core Business da Nova Oi, vemos uma evolução bem clara”, detalha.
Bear Case, tese de baixa
Por outro lado, Tinen afirma que a companhia reportou despesa financeira forte “causando prejuízo, demorando mais do que estava esperando. Não dependia só dela, mas também de questões regulatórias e do Cade”.
O analista da Nord pondera que é uma tese de risco, que vai conviver com endividamento elevado, mesmo com venda dos ativos. “Apesar das vendas de alguns ativos, conseguiu equalizar parte dessas dívidas, mas vai ter endividamento alto e vai precisar lidar com isso enquanto expandir a fibra”.
Segundo Heitor de Nicola, assessor da Acqua Vero, escritório contratado pelo BTG (SA:BPAC11), o banco reforça como pontos de atenção o consumo de caixa devido a juros e atualização de dívidas.
Confira o Podcast Tese de Investimentos, com as explicações e recomendações sobre os papéis da Oi.