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Oi salta mais de 14% com oferta conjunta da TIM, Vivo e Claro por rede móvel

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Por Gabriel Codas – Investing.com – Nos primeiros negócios da manhã desta segunda-feira na bolsa paulista, as ações da Oi (SA:OIBR3) operam com forte valorização depois que a TIM, a Telefônica Brasil e a America Movil SAB de CV’s apresentaram uma proposta conjunta pela unidade móvel da operadora.

Por volta das 10h17, os papéis ordinários, que têm maior volume de negociação, disparavam 14,05% a R$ 1,38, com máxima em R$ 1,45. As ações preferenciais saltavam 14,29% a R$ 1,68.

Vivo e TIM também tinham ganhos relevantes, com altas de, respectivamente, de 3,89% a R$ 52,35 a 5,43% q R$ 16,59. O Ibovespa operava com leve baixa de 0,03% a 102.861 pontos.

As empresas de telecomunicações disseram que pediram à Oi o direito de cobrir potenciais propostas que a empresa brasileira possa ter recebido pelos ativos.

Segundo duas fontes com conhecimento do assunto, houve uma segunda proposta de um investidor estratégico estrangeiro com pequena presença no Brasil.

Para escolher o vencedor, a Oi não levara em conta apenas o valor da proposta, mas também qual grupo pode garantir aprovação dos órgãos reguladores para o negócio mais rapidamente.

A Oi disse que recebeu mais de uma proposta pela sua unidade móvel, mas não revelou a identidade dos candidatos ou o número de propostas.

Visão dos analistas

Para a Necton, o movimento representa um “avanço de etapa”, que por si só não traz nenhuma novidade para o mercado, dado que o cronograma realizado até o momento se mostra muito parecido com as estimativas iniciais fornecidas pela OI. Porém, o comunicado surpreendeu pela inclusão de mais um player (Claro – Grupo América Móvil) ao consórcio TIM + Vivo.

A inclusão pode implicar em redução da concorrência para o ativo e consequentemente um menor valor potencial de venda, segundo os analistas Glauco Legat, Marcel Zambello, Edson Kina e Gabriel Machado. Antes, os analistas pensavam que a Claro poderia concorrer individualmente ou em conjunto com outro player para realizar uma oferta paralela ao consórcio TIM + Vivo.

No entanto, os analistas acreditam que o papel já incorpore grande parte no sucesso da venda dos seus ativos não estratégicos, que caso não se materialize, acabam impossibilitando financeiramente a transformação da companhia na maior provedora de infraestrutura de telecomunicações do país.

E, por último, relembram que a inclusão da Claro traz uma pressão marginal para redução do preço da OI Móvel que, pois dificilmente haverá outra oferta superando o valor de R$15 bilhões. Para superá-lo, seria necessário ver outro consórcio realizando uma oferta separada, que pode ser um cenário provável, dado que, segundo o blog do jornalista Lauro Jardim d’O Globo, há a possibilidade de que a Algar Telecom, junto com o seu principal acionista GIC (fundo soberano de Singapura), realizem uma oferta.

A avaliação do Credit Suisse é que a TIM fique com a maior parte desses ativos. A fatia esperada é de 54%. Já a Vivo ficaria com aproximadamente 24% e a Claro com 22%. Já em termos do espetro, a divisão esperada é de, respectivamente, 60%, 30% e 10%.

A equipe do banco de investimentos fez uma atualização dos preços-alvo para os papéis das empresas de telefonia. No caso da TIM, foi elevado de R$ 17 para R$ 20 e, da Vivo, de R$ 57 para R$ 61.

Oferta

A Oi estabeleceu um preço mínimo de R$ 15 bilhões pelos seus ativos móveis. A empresa quer usar os rendimentos da venda para financiar o crescimento da sua banda larga de fibra ótica e pagar dívidas, tentando escapar da proteção de insolvência. Não ficou claro se a proposta cobriu o preço mínimo.

A Tim (SA:TIMP3) Brasil SA e a Telefonica (MC:TEF) Brasil disseram, em maio, que planejavam uma proposta conjunta pelos negócios da Oi móvel, apesar da pandemia de Covid-19, sem mencionar a Claro.

“A transação, se completa, deve acrescentar valor para todos os acionistas e clientes, com mais crescimento, geração de eficiências operacionais e melhora na qualidade dos serviços”, afirmaram os três candidatos, em comunicados.

A maior portadora de linha fixa do Brasil tinha aproximadamente 65 bilhões em dívidas quando pediu proteção contra falência.

Em outro comunicado, a Oi afirmou que recebeu proposta de 1,08 bilhão de reais pela unidade de torres da Highline do Brasil II Infraestrutura de Telecomunicações S.A.