Os países produtores de petróleo membros da Opep+ chegaram a um consenso nesta quinta-feira (30) para implementar cortes voluntários na produção, reduzindo cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) no início do próximo ano.
A liderança desse acordo recai sobre a Arábia Saudita, que estenderá seu corte já em vigor, conforme informaram delegados à agência Reuters.
Em uma reunião virtual, a Arábia Saudita, a Rússia e outros membros da Opep+ responsáveis por mais de 40% da produção mundial de petróleo – não conseguiram estabelecer um acordo unificado para um corte coletivo. Contudo, todos concordaram com a implementação dos cortes voluntários.
Os preços do petróleo inicialmente subiram mais de 1% após o acordo, mas posteriormente caíram. O petróleo Brent, usado como referência para futuros de fevereiro (LCOc2), registrou uma queda de 1,6%, atingindo o valor de 81,52 dólares por barril às 14h47 (horário de Brasília). O contrato para o primeiro mês de janeiro expira ainda nesta quinta-feira.
Além disso, a Opep+ estendeu um convite ao Brasil, um dos principais produtores, para se juntar ao grupo. O ministro de Minas e Energia brasileiro expressou sua expectativa em aderir ao grupo já em janeiro.
A reunião teve como pauta a discussão sobre a produção para o ano de 2024, com crescentes preocupações sobre um possível excesso no mercado. O corte de 1 milhão de barris por dia (bpd) feito pela Arábia Saudita estava previsto para terminar no próximo mês.
O atual volume de produção do grupo, cerca de 43 milhões de bpd, já incorpora cortes de aproximadamente 5 milhões de bpd, visando manter a estabilidade dos preços e do mercado.
A Arábia Saudita confirmou a prorrogação do seu corte voluntário até o primeiro trimestre de 2024. O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, anunciou que o corte voluntário da Rússia seria estendido para o mesmo período, alcançando a marca de 500.000 bpd, incluindo petróleo e seus derivados.
Delegados informaram que o ministro da Energia da Argélia revelou à Reuters o acordo do país em reduzir a produção em 50 mil bpd, enquanto o Cazaquistão se comprometeu a reduzir mais 82 mil bpd no primeiro trimestre.
Países como Arábia Saudita, Rússia, Kuwait, Cazaquistão e Argélia planejam reduzir gradualmente os cortes conforme as condições do mercado permitirem, buscando estabilizar principalmente a produção diante da recente queda nos preços, que passaram de quase 98 dólares no final de setembro.
A ação é motivada por preocupações com um crescimento econômico mais fraco em 2024 e as expectativas de um possível excesso de oferta no mercado petrolífero.