Operação marítima em Niterói combate mistura de álcool e direção

Dentro da Operação Marítima, iniciativa inédita iniciada ontem (19) na Lagoa de Marapendi, Barra da Tijuca, e no bairro da Urca, para prevenir acidentes marítimos em decorrência da mistura de bebida e direção, agentes da Operação Lei Seca estão hoje (20) em Itaipu, Niterói, no estado do Rio, atuando em parceria com a Capitania dos Portos.

Os trabalhos continuarão durante o verão por todo o estado e agentes de educação da Lei Seca atuam com a equipe de inspeção dentro das embarcações, percorrendo áreas marítimas com grande fluxo turístico. É distribuído material educativo a condutores, tripulação e passageiros.

Também nas áreas de embarque e desembarque das marinas, estarão de prontidão os agentes de educação (cadeirantes) visando reforçar a mensagem principal da operação que é “Nunca dirija depois de beber”.

Na avaliação do secretário de Governo e Relações Institucionais, Gutemberg Fonseca, a conscientização evita acidentes e a morte. “A ideia é expandir a Lei Seca, pegando todo o litoral e expandindo pelo interior do estado. Estamos gratos com essa parceria com a Marinha. A operação acontece no verão porque é a época em que aumentam em 40% os acidentes em geral, não só no mar. Atuaremos nos fins de semana, levando o primórdio da Lei Seca: preservar a vida humana”, afirmou Fonseca.

Ele disse que a Operação Marítima vai acontecer periodicamente com o apoio das outras ações da Secretaria de Governo: a Bomba Limpa da Barreira Fiscal e a Segurança Presente. Em caso de alcoolemia do condutor, a Capitania dos Portos fará a autuação.

Acidentes

Levantamento feito pela Capitania dos Portos mostra que – entre dezembro de 2017 e março de 2018 – foram registrados oito acidentes com embarcações marítimas no estado.

Para a coordenadora da Operação Lei Seca, delegada Verônica Stiepanowez, “a Marinha, como já faz uma fiscalização de acordo com a Lei Marítima, precisava de um apoio e oferecemos essa parceria na parte de prevenção. Então, juntamos a prevenção mais a fiscalização, que é o lema da Lei Seca, agora estendido às embarcações”.

Além de utilizar o etilômetro, também conhecido como bafômetro, as equipes avaliam todas as condições de segurança, incluindo documentação, equipamentos obrigatórios e quantidade de passageiros por embarcação.

Campeão olímpico

A realização de ações de fiscalização e prevenção no mar pode evitar acidentes como o ocorrido em 6 de setembro de 1998, que resultou na amputação da perna direita do iatista e campeão olímpico Lars Grael, quando participava de uma regata na praia de Camburi, em Vitória (ES).

O barco onde estava Grael foi atropelado pela lancha Laguna, dirigida pelo empresário Carlos Guilherme de Abreu e Lima. O laudo pericial da Capitania dos Portos do Espírito Santo atestou que o empresário pilotava a lancha em velocidade acima do permitido, tendo invadido a área onde ocorria a regata.

O laudo do Departamento Médico Legal da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo confirmou que o piloto da lancha havia ingerido álcool.

O documento revela que foi encontrado no sangue de Carlos Guilherme 1,5 grama de álcool por litro, pela tabela Roger Douris, que serve como referência para medir o teor alcoólico. Esse teste aponta embriaguez a partir de 1,6 grama de álcool por litro.